segunda-feira, 24 de março de 2008

A relatividade da Ética

O sociólogo Peter Berger escreveu um livrinho delicioso chamado de “Introdução à Sociologia".

Um dos seus capítulos tem um título estranho: "Como trapacear e se manter ético ao mesmo tempo".

Estranho à primeira vista, porque logo se percebe que, na política, é de suma importância juntar ética e trapaça.

Para explicar, ele conta uma causo:

"Havia uma igreja batista numa pequena cidade dos Estados Unidos, não maior do que o Bairro Manejo. Os batistas, como se sabe, são um ramo do cristianismo muito rigoroso nos seus princípios éticos.

Havia na mesma cidade uma fábrica de cerveja que, para a igreja batista, era a casa de Satanás fedorento.

O pastor não poupava a fábrica de cerveja nas suas pregações.

Aconteceu, entretanto, que, por razões pouco esclarecidas, a fábrica de cerveja fez uma doação de 500 mil dólares para a dita igreja.

Foi um auê celestial!

Os membros mais ortodoxos da igreja foram unânimes em denunciar aquela quantia como dinheiro do Diabo e que não poderia ser aceito.

Mas, passada a exaltação dos primeiros dias, acalmados os ânimos, os mais ponderados começaram a analisar os benefícios que aquele dinheiro poderia trazer: uma pintura nova para a igreja, um órgão de tubos, jardins mais bonitos, um salão social para festas, uma piscina para os batizados.

Reuniu-se então a igreja em assembléia para a tomada de uma decisão democrática e cristã.

Depois de muita discussão registrou-se a seguinte decisão no livro de atas:

"A Igreja Batista Betel resolve aceitar a oferta de 500 mil dólares feita pela Cervejaria na firme convicção de que o Diabo ficará furioso quando souber que o seu dinheiro será usado para a glória de Deus.”

- Aleluia, Irmãos! I bibida prus músicus!

- Fonte: Um email da Célia Borges

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