domingo, 21 de setembro de 2008

Palavras por uma árvore

Na guerra pelo progresso, o homem não mede esforços e as conseqüências dos seus atos. O importante é avançar. Numa batalha desigual, destrói insa-namente os recursos naturais, essenciais à sobrevivência. A resposta da natureza pode até demorar, mas não falha. Às vezes, é imediata, intrigante ou mesmo desafiadora. Só precisamos interpretá-la.

Este majestoso pé de Ipê foi derrubado na mata, podado e transformado em poste para suporte dos fios de rede elétrica. Mas não se entregou. Com uma reação estupenda, deitou novas raízes no solo, recuperou sua pompa e voltou a reinar absoluto como árvore símbolo do Brasil. Rebelou-se à condenação injusta e agora esbanja alegria e beleza com sua identidade marcante.

Num ato silencioso e inusitado, ele respondeu aos afiados machados e às violentas motos-serras. Insistiu e exigiu seu espaço para expor a beleza de suas flores e a generosa sombra da sua copa, numa grande demonstração de energia e desejo de viver.
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Reconsiderando o seu ato, o homem decidiu transferir a rede elétrica a um poste de concreto instalado ao lado, deixando agora o Ipê reinando livre dos fios.

Este Ipê virou atração pública em Porto Velho, capital de Rondônia e é um doce privilégio dos moradores do barro

Não aceitando a imposição do homem, o Ipê fincou pé e readquiriu vida.

O texto deste post me chegou por email e foi redigido por um eletricitário gaúcho, não identificado, juntamente com a primeira foto, esta sim, identificada como tendo sido feita por um fotógrafo amador de nome Leandro Barcellos, que a disponibilizou para divulgação.

Já a segunda foto, do mesmo Ipê, visto de outro ângulo, consegui-a no blog do
João Lázaro (Janjão).

- I bibida prus músicus!

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