segunda-feira, 17 de março de 2008

Não vale o escrito

ou A VIDA COMO ELA É... MESMO !

Há centenas e centenas de anos, numa galáxia distante... não, peraí, na verdade foi há uma década ou duas, no máximo. Naquele tempo, um dia eu vi uns pedaços de um filme nacional, que apesar de não ser muito bom, não deve ter sido também tãããão ruim, já que não deixou maiores traumas : esqueci quase tudo, do nome ao enredo, incluindo o elenco. Mas teve uma frase que eu achei sensacional, da qual me lembro até hoje - e que acho que foi dita pelo Paulo José. O personagem, deprimido após um fim de caso, dizia a outra pessoa : “Desde que fulana foi embora, eu durmo feito um bebê : acordo de duas em duas horas, chorannndo.”. Por alguma razão – talvez falta do que fazer -, me lembrei disso hoje e comecei a pensar na quantidade de frases-feitas e expressões que a gente usa sem pensar, e que, se pensasse, veria que não fazem o menor sentido; que na verdade, se fossem levadas ao pé da letra, significariam quase que exatamente o contrário do que supostamente querem dizer. Aí vão algumas das que me ocorreram, com tradução simultânea :

“Agüente isso feito um homem” :
Reclame, resmungue, faça manha para que a mulher mais próxima te paparique, culpe alguém e diga que vai morrer daqui a cinco minutos... de cinco em cinco minutos.

“Fulano é um cachorro” :
Fiel, companheiro, desinteressado e amigo pra todas as horas.

“Ela é uma mãe pra mim” :
Me critica o tempo todo, diz que nós não temos nada em comum e que não sabe onde errou comigo.

“Conheço essa pessoa como a palma da minha mão”
Ela sempre esteve por perto, mas eu nunca olhei pra ela por mais que dez segundos e não poderia descrevê-la nem pra salvar minha vida.

“Sicrano é uma moça”
De vez em quando fica irracional, se estressa à toa e grita com todo mundo, depois chora... e aí come um montão de chocolate e diz que vai pra casa porque não tá bem.

“Comi feito um padre”
Um pouco de pão, um monte de vinho e um garotinho de sobremesa.

“Ele é um anjo”
Bebezão, barrigudinho, vive pelado e não perde uma chance de botar as asinhas de fora.

“Essa menina é um doce”
Quando não dá azia, dá cárie ou dor de barriga.

“Isso aí vai ser sopa”
Vai demorar pra fazer, vamos suar pra encarar e no final ninguém vai ficar satisfeito.

“Ele é uma criança”
Não pára quieto um minuto, é barulhento, inconveniente, pidão e insistente, e quando menos se espera faz uma cagada. E o pior é que a gente não pode nem bater nesse moleque dos infernos.

“Você é minha rainha”
Mal-humorada, inútil, fria, velhusca, fora de moda e não manda nada.

“Esse cara é um touro”
Chifrudo, come capim e a mulher (ou a mãe) dele é uma vaca.

“Ela é uma estrela”
Imensa, isolada e já morreu faz tempo, mas ninguém percebeu.

“Ele é um gênio”
Mora numa garrafa, só acorda quando lhe dão um esfrega e só trabalha três vezes a cada mil anos.

“Essa pessoa é uma viagem”
Vive cercada de malas, cansa quem a encara e quando você chega lá não era aquilo tudo que diziam.

“Fulaninho é um animal na cama”
Peida, solta pêlo, ronca e baba no travesseiro.

- Fonte: Blog da Cynthia – Cyncity, em 11/03/2008.

- I bibida prus músicus

Nenhum comentário: