sábado, 15 de março de 2008

Nova Reforma Ortográfica

Este post compõe-se de 3 partes essenciais: a primeira, extraída de uma mensagem em Power Point que me foi enviada pela amiga Célia Borges e cuja origem pertence a Scrittaonline; a segunda, um post que copiei integralmente do blog da Cynthia, moradora em Brasília, localizado aqui; a terceira, por intrujões minhas aqui, ali e acolá, escritas em itálico (no meu blog estão com uma cor diferente, mó barato!).
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Sem mais lenga-lenga, comecemos pelas orientações da Scrittaonline:
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A partir de 2008 deverá (ou deveria) entrar em vigor a reforma ortográfica que torna a língua portuguesa um idioma único em todo o mundo.

Ela afeta menos de 2% (Que precisão, hem?) do português falado no Brasil. Portanto, não é difícil conhecer as novas regras para estarmos preparados quando a reforma for oficialmente aplicada.

Algumas das alterações:

O coitadinho do hífem não será mais usado quando a primeira palavra terminar em vogal e a segunda começar também com uma vogal, porém diferente daquela. Assim, extra-escolar vira extraescolar, auto-estrada vira autoestrada, e por aí vai. (Essa é mole, afinal já escrevemos supermercado sem hífen.)

Pooooorém, quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, as mesmas serão duplicadas, como em anti-semita, que vira antissemita (Mas que merda! Pra que dobrar, cacete!), contra-regra, que vira contrarregra (Essa ficou horrorosa, pode concordar comigo!), etceteramente.

O desgraçado só não muda quando a primeira palavra termina com “r” (Oba! Ficou como estava!), como em super-mercado (Não! Aí bagunçou o que eu disse mais acima!), hiper-mercado, hiper-requintado, inter-resistente, super-revista, e mais outras que tais.

O trema deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados. Assim, conseqüência vira consequencia, lingüiça vira linguiça (Não! Aí é muita sacanagem!Quer dizer que teremos que pronunciara a sílaba “que” como em parque ou em porque, quando a nossa pronúncia substitui a sílaba “que” por “ke”?). Müller fica Müller mesmo, Bühler fica Bühller, que também se pode escrever Buehller, conforme autoriza a língua alemã.

O acento circunflexo não se usará mais:

1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. Assim, crêem vira creem, dêem vira deem, lêem vira leem, vêem vira veem. (E porque não deram um safanão também no acento circunflexo no verbo ter e seus derivados quando conjugados na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo – têm, contêm etceteramente?)

2. em palavras terminadas em hiato "oo", como enjôo, que vira enjoo, vôo, que vira voo, e outras mais que o redator da matéria (Não fui eu!) não citou. Podia ter colocado um etc que ficava mais bacana, abrangia tudo.


O acento agudo não se usará mais:

1. em palavras terminadas em "eia" e "oia". Assim, assembléia vira assembleia, idéia vira ideia, jibóia vira jiboia, heróica vira heroica. (O redator parou por aí também! Afinal, o merdel já estava completo nessa regra!).


2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo, como em feiúra que vira feiura, viúva que vira viuva, e outras que o redator teima em não citar. (Grande bosta de regra!).

3. nos poucos verbos em que há "u" tônico depois de "g" ou "q"e antes de "e" ou "i", como averigúe (averiguar) que se transforma em averigue, argúem (arg(ü/u)ir) que se transforma em arguem, apazigúe (apaziguar) que se transforma em apazigue (Cruz credo!).

Novidades, como novidades mesmo, são:

1. O Alfabeto passará a ter 26 letras: a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z (Somente os que fizeram as novas regras é que não sabiam disso!).

2. Nessa reforma, só o português lusitano sofrerá mudanças radicais (Aquele falado em Portugal. Levou chumbo grosso!), senão vejamos:

- Desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas. Assim, acção vira ação. acto vira ato, adopção vira adoção;

2 - Será eliminado o "h" de palavras como "herva" e "húmido", que serão grafadas como no Brasil: herva vira erva (Querendo, podem substituir por mato, capim!) húmido vira úmido (Aqui também podem substituir por molhado, encharcado!).

Para que a Reforma Ortográfica não o pegue desprevenido, mantenha essa ferramenta de consulta sempre à mão.

Enfim, quem adotar essas novas regras estará arranjando uma briga séria com o corretor de idioma do Windows! Eu não vou adotar! Já andei escrevendo consequencia, linguiça e outras mais em algumas matérias minhas aqui mesmo e achei que não ficou legal.

Afinal, a escrita é minha, escrevo de uma maneira que todo mundo entende e se é pra fazer uma reforma na nossa língua, que ela seja radical, que represente realmente o nosso modo de falar, de pronunciar as palavras.

E, por incrível que apareça, tenho todo o esquema montado para essa reforma do nosso linguajar, que não é da minha autoria, mas que foi copiado do blog CYNCITY, que tem como Diretora-Presidente a Sra Cynthia, graaande blogueira, residente em Brasília, dona de belíssimos escritos, entre os quais encontramos determinadas matérias que beiram o paroxismo do bom humor.

E essa sua criação, além de representar o hasteamento de uma bandeira que não é só dela, mas que é minha também, e que é de grande parte da população brasileira, do que tenho absoluta convicção, representa os principais fundamentos para se dar um jeito, em definitivo, no modo de se escrever da nossa língua. E não é nenhuma novidade o que vou apresentar aqui, pois trata-se da reprodução fidelíssima do modo como o português é falado em quase todos os cantos da “minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá”, sai daí, meu passarinho, qui us homi qué ti pegá, vai cagá noutro lugá”.
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Eis, pois, aqui e abaixo, a Reforma Ortografica da Língua Portuguesa, tal como proposta pela Dona Cynthia em 31.08.2005:
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REFORMA ORTOGRÁFICA (Título original do post, no qual juro que não mexi!)

Sei que já tem muita coisa parecida na net, mas como estou sem idéias novas e a-do-rei essa bobagem aqui, que curte ao mesmo tempo com o inglês e o pendor autoritário do Governador Californiano Arnold Scwarzenegger, resolvi fazer uma versão livre (libérrima, praticamente libertina, uma vagabunda devassa, na verdade) só para a minha diversão, e, espero, a de vocês também. Lá vai :

Eis aqui um programa de cinco anos para resolver o problema da falta de autoconfiança do brasileiro na sua capacidade gramatical e ortográfica. Em vez de melhorar o ensino, vamos facilitar as coisas, afinal, o português é difícil demais mesmo. Para não assustar os poucos que sabem escrever, nem deixar mais confusos os que ainda tentam acertar, faremos tudo de forma gradual.
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No primeiro ano, o “Ç” vai substituir o “S” e o “C” sibilantes, e o “Z” o “S” suave. Peçoas que açeçam a internet com freqüênçia vão adorar, prinçipalmente os adoleçentes. O “C” duro e o “QU” em que o “U” não é pronunçiado çerão trokados pelo “K”, já ke o çom é ekivalente. Iço deve akabar kom a konfuzão, e os teklados de komputador terão uma tekla a menos, olha çó ke koiza prátika e ekonômika.
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Haverá um aumento do entuziasmo por parte do públiko no çegundo ano, kuando o problemátiko “H” mudo e todos os acentos, inkluzive o til, seraum eliminados. O “CH” çera çimplifikado para “X” e o “LH” pra “LI” ke da no mesmo e e mais façil. Iço fara kom ke palavras como “onra” fikem 20% mais kurtas e akabara kom o problema de çaber komo çe eskreve xuxu, xa e xatiçe. Da mesma forma, o “G” ço çera uzado kuando o çom for komo em “gordo”, e çem o “U” porke naum çera preçizo, ja ke kuando o çom for igual ao de "G" em “tigela”, uza-çe o “J” pra façilitar ainda mais a vida da jente.
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No terçeiro ano, a açeitaçaum publika da nova ortografia devera atinjir o estajio em ke mudanças mais komplikadas serão poçiveis. O governo vai enkorajar a remoçaum de letras dobradas que alem de desneçeçarias çempre foraum um problema terivel para as peçoas, que akabam fikando kom teror de soletrar. Alem diço, todos konkordaum ke os çinais de pontuaçaum komo virgulas dois pontos aspas e traveçaum tambem çaum difíçeis de uzar e preçizam kair e olia falando çerio já vaum tarde.
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No kuarto ano todas as peçoas já çeraum reçeptivas a koizas komo a eliminaçaum do plural nos adjetivo e nos substantivo e a unificaçaum do U nas palavra toda ke termina kom L como fuziu xakau ou kriminau ja ke afinau a jente fala tudo iguau e açim fika mais faciu. Os karioka talvez naum gostem de akabar com os plurau porke eles gosta de eskrever xxx nos finau das palavra mas vaum akabar entendendo. Os paulista vaum adorar. Os goiano vaum kerer aproveitar pra akabar com o D nos jerundio mas ai tambem ja e eskuliambaçaum.
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No kinto ano akaba a ipokrizia de çe kolokar R no finau dakelas palavra no infinitivo ja ke ningem fala mesmo e tambem U ou I no meio das palavra ke ningem pronunçia komo por exemplo roba toca e enjenhero e de uzar O ou E em palavra ke todo mundo pronunçia como U ou I, i ai im vez di çi iskreve pur ezemplu kem ker falar kom ele vamu iskreve kem ke fala kum eli ki e muito milio çertu ? os çinau di interogaçaum i di isklamaçaum kontinuam pra jente çabe kuandu algem ta fazendu uma pergunta ou ta isclamandu ou gritandu kom a jenti e o pontu pra jenti sabe kuandu a fraze akabo.
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Naum vai te mais problema ningem vai te mais eça barera pra çua açençaum çoçiau e çegurança pçikolojika todu mundu vai iskreve sempri çertu i çi intende muitu melio i di forma mais façiu e finaumenti todu mundu no Braziu vai çabe iskreve direitu ate us jornalista us publiçitario us blogeru us adivogado us iskrito i ate us pulitiko i u prezidenti olia ço ki maravilia.

Escrito por Cynthia às 19h06[(37) Andam dizendo] [Vaun la peçuau! Uz komentariu xega a da do di barriga na jenti di tantu ki nuz faz ri!]

- I bibida prus músicus! Obrigado, Célia e Cynthia, vocês são divinas!

2 comentários:

Ms. T. Rios disse...

Obrigada pela citação e pela enchida de bola, Norival. Só tenho uma correção a fazer : não moro em Brasília não, moro é em Goiânia mesmo (que apesar de não ser muito longe da capital federal, é considerada pelos candangos como outro planeta). Mas que merda essa reforminha, né ? Eu fico pensando de que adianta essa bobajada toda se os portugueses vão continuar achando que broche é palavrão, camisola é camiseta, calcinha é ceroula e fato é roupa. Tô considerando seriamente a possibilidade de ignorar a reforma e continuar a escrever como sempre... o entaum parti logo pra eskuliambaçaum ne ?

;o)

Norival R. Duarte disse...

Bom dia, Cynthia:

Você não imagina a minha alegria ao encontrar o seu comentário no meu blog, logo numa 2ª-feira, cedin, cedin. Com ele, ganhei o dia, ganhei a semana e acho que vou até rasgar a minha aposta da mega-sena desta semana.

Publiquei a matéria do seu post “Reforma do Português”, de 31.08.85, no meu antigo blog “Opaquio”, com a sua devida licença, à época.

Agora, com essa frescurada da nova reforma, que considero uma coisa inusitada, que é coisa da qual gosto, hilária, achei que merecia umas rabiscadelas minhas. Então, nada como acrescentar o seu texto novamente, pra mostrar a força dos nossos argumentos, aquela bandeira da qual falo na minha matéria.

Ah! Tem outro texto recente seu que vou copiar ainda esta semana. Depois digo qual.

Ah, nº 2! Matei o “Opaquio” e criei o “Norrival”. Aquele estava muito pesado, este, mais leve. E agora estou ligado com o Site Oficial de Resende, do qual sou colaborador online. O que significa que tudo que publico no meu blog é imediatamente (quase) pubrikadu la.

Um grande abraço, Norival.