sábado, 9 de fevereiro de 2008

Quero pão, quero pão, bicho papão!

A Argentina me lembra uma certa pelezinha que vai-e-volta quando se trata da exportação de seu trigo, prejudicando principalmente o Brasil, eterno dependente desse grãozinho nazarento. Há pouco tempo, suspendeu a sua exportação. Aí, os caras de Brasília resolveram abolir uma taxa de 10% que incidia sobre a importação do maledeto, com o que facilitaria a importação dos Estados Unidos e do Canadá. Aí, os babacas de los hermanos como que disseram: “- Amiguitos brasileños! Si ustedes importarem el nuestro trigo bien rapidamente, lo prometemos que manteneremos nuestros precios, pero por apenas tres meses! Eso los rruramos de pies rruntos!”. (Mi español merrora dia a dia. Mamãe fica impressionada!). Vai daí que os preços de importação devem sofrer ligeira redução.

Mas aí o merdel já estava feito: todos os produtos derivados do trigo sofreram um aumento bastante superior aos índices oficiais, não me perguntem de quanto e sobre de quais índices estou me referindo. Tá em tudo quanto é jornal e deu no Jornal Nacional de ontem. Quem viu, viu, quem não viu, não viu e salve o Brasiiiiiiiil!

E um padeiro que foi entrevistado nessa reportagem, presidente de um sindicato da sua tchurminha, disse que os preços dos pães não devem ser rebaixados (Já pensou a humilhação para os coitadinhos, os complexos de inferioridade que adquiririam?) purcausadiquê nu anu passadu eles ficaru riprimidu. Nada a estranhar e vamu qui vamu!

Senti a variação de preço de uma maneira muito simples; como sempre, fui na padaria carregando apenas R$ 2,00. No balcão, vi uma baita de uma placa – nova, ocupando toda uma folha de cartolina. Bem discreta, morou? - com os novos preços dos pães. Aí, eu muito vivo, pedi pra moça, com cara de muito sério: “- Me dá R$ 2,00 de pães, bem queimadinhos, viu!”

Aí a moça encheu o saquinho com 7 pães (Ela, em pouco tempo, já estava tal qual - Miau! - uma macaca velha: sabia de tudo!), puxou a etiqueta gomada da balança, colou-a e me passou a mercadoria. Valor da aquisição: R$ 1,85. Exatamente o que eu pagava por 8 pães, equivalente a um rombo no meu bolso de 12,5%. Se tivesse pedido 8 pães ia passar por uma vergonha digna de suicídio porque iria dar R$ 2,11 e teria que pedir pra moça tirar um pão e repesar. Lembre-se que eu estava com apenas R$ 2,00, a fila do caixa ia até no Tobogã, quem estava no caixa era o dono, que tem uma cara de bundão tripartido, e ainda por cima tem fama de ser muito invocado. Aí, invocado com invocado podia resultar em “Norival foi assassinado - por causa de um trocado - de um pãozinho bem torrado”. Legal, né?

Mas em toda compra de pão, desse pãozinho francês que a gente digere no café da manhã ou da tarde, ou então fazendo aquele sanduíche de mortadela amaciado com uma Coca-Cola bem gelada, naquele lanche apressado que a gente faz na rua ali pelas 09:00 hs ou pelas 15:00 hs, e que depois deixa a gente arrotando e parecendo que isso nunca mais vai parar, como dizia, em toda compra desse pãozinho tenho uma mandinga que é inquestionável, comprovada no campo por mim e que vou dicar pra todo mundo. Eita ferro!

Primeiro (ou A), gosto desse pãozinho só torrado mesmo. Se ele estiver branquelo ou apenas amarelado, não compro mesmo. Vá pra cacha-prego, desgraçado, vai rezar um terço (Agora com 60 Aves-Marias. É mole ou quer mais? É só mandar um email pro Vaticano!), nazarento, fariseu enrustido!

Segundo (ou B, você escolhe. Tem cara que gosta de índices numerados. Então, poderia ser também 2. Ah! Quer em algarismos romanos? Tá bem! Então, lá vai: II): o pão mais bem melhor de torrado, por permanecer mais tempo no forno, apresenta uma massa mais seca, mais desidratada, o pão perde mais água, ficando, conseqüentemente, mais leve. Se comparado aos branquelos e aos só um pouco amarelados, a redução de peso e preço do me engana que eu gosto pode apresentar uma variação de 4% a 7% em relação àqueles mencionados em primeiro (ou em A, ou em 1, ou em I).

Não é um caso para se pensar? Ou de mudar a cor do pãozinho que você compra?

I bibida prus músicus!

4 comentários:

valter ferraz disse...

Ó papagoiabas!
Então vc fez uma digressão pelo pãozinho francês? Intão vamu lá:
aqui( estou em Mongaguá, portanto uma estância turística!) e aqui o pãozinho nosso de cada dia custa o que o comerciante acha que custa. Explico: é vendido por quilo. No SuperMarket varia de 2,39 a 4,33 dependendo da quantidade de turista na cidade, sacumé? E se vc pedir mais torradinho, eles te mandam um afro-descendente. Caso a sua opção seja o mais branquinho, te olham de cima a baixo e lascam um semi-crú, aquele que demora um dia para ser digerido. Cê intendeu?
É isso!
Abraço forte

Norival R. Duarte disse...

Alô, Valter!

Entendi tudo e o seu comentário provocou em mim uma dúvida atroz e cruel. Então parti pra desduvidação.

O 7 pãezinhos do post me foram vendidos ao preço de R$ 5,35/kg numa padaria. Ainda ontem, fui ao supermercado que fica na frente dela e lá o pãozinho está numa promoção de R$ 0,99/kg, enquanto no mesmo estabelecimento o saquinho de trigo Boa Sorte é vendido a R$ 2,27/kg. Pode?

Em outro supermercado, a 300 metros desse mencionado, pãozinho a R$ 1,99/kg e o mesmo saquinho de trigo, R$ 2,27.

Acredito que este último preço reflete mais coerência mas, não posso deixar de dizer, o pãozinho da padaria dá de dez nos outros.

Obrigado pela visita, volte sempre, comente sempre!

Um grande abraço, Norival.

NICE PINHEIRO disse...

Pão tem que ser moreninho! Nada de pão branquelo, anêmico....rsrsrs....Quanto mais moreninho, melhor! Yes!

Norival R. Duarte disse...

Nice:

Pra mim não existe outro pão que não seja o moreninho. Não abro mão disso de jeito nenhum.

E o pão branquelo e anêmico, como você disse, vira um tijolo nas nossas tripas, também mais ou menos conforme o Valter disse.

Abraços.