sexta-feira, 3 de abril de 2009

Pedalando contra o vento... - 1 : Resende

Quanto adolescente, com os meus 13-14 anos, gostava de andar de bicicleta. Gostava tanto que, a partir do momento em que ganhei uma - uma Gulliver, aro 28, machuda!, na época tão grande pra mim que só conseguia pedalar nela com a ponta dos pés quando os pedais estavam nas suas posições mais baixas - passei até a matar aulas para pedalar feito maluco, sem rumo e sem destino, exclusivamente pelas ruas de Resende, porque não me aventurava a sair fora dos limites da cidade.

Passada essa fase, nunca mais andei de bicicleta, mas admiro as pessoas que têm por elas verdadeira paixão, chegando a transformar um meio simples de locomoção num verdadeiro esporte, com todas as exigências exigidas para tal.

Essas lembranças me vieram à tona ao me deparar com os relatos das pedaladas de Nikson Salem, morador em Barra Mansa, narradas no seu blog CICLOTURISMO, e que dedica ao ciclismo uma parte considerável do seu tempo.

Sua área de ataque, montado na sua bike, abrange toda a região que circunda a sua cidade, num raio de aproximadamente 100 km, indo das praias do litoral sul a cidades do Sul de Minas, pulando a Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar para tais façanhas.

Pedala parecido com um gladiador, sozinho, algumas vezes, acompanhado de outros colegas, outras, todos vestidos com seus capacetes, joelheiras, cantis, pneus e câmaras de reserva, e, pra não ficar apenasmente nisso, com ferramentas para as devidas necessidades e as inseparáveis bombinhas manuais de ar.

Seus passeios mais se assemelham a verdadeiras aventuras, com os riscos próprios que o esporte oferece, como a oportunidade quase constante de queimar alguma adrenalina, como estradas e trilhas moldadas na total rusticidade, na maioria das vezes pedregosas ou verdadeiros lamaçais, como sob sol inclemente ou chuva torrencial, como boa parte do tempo sentados nos selins de suas bicicletas, mas em costumeiras ocasiões tendo de carregá-las sobre os ombros ou carregadas sob os sovacos de seus caçadores de aventuras.

Chamaríamos a isso de passeio? Ou o quê significa verdadeiramente o gosto pelo ciclismo?

É o próprio Nikson quem nos responde logo na cabeça do seu blog:

“O cicloturismo propicia aos aventureiros uma indescritível sensação de liberdade, desenvolvimento do equilíbrio físico/mental, bem como um maior e constante contato com a natureza. É uma atividade que expande os pensamentos, desperta virtudes e princípios de solidariedade conjugados a desafios, obstáculos e aprendizados vividos em cada quilômetro percorrido, é um esporte não poluente e econômico, que possibilita a conquista de fortes amizades e grandes aventuras.”

E se o praticante desse esporte gostar igualmente de fotografar as imagens com as quais cruza nas suas pedaladas, pode perfeitamente elaborar matérias incrustadas de fotos maravilhosas obtidas por ele e que só nos são possíveis de se serem vistas e admiradas através da sua divulgação, hoje tão facilitada pela Internet, como ele magistralmente o faz em seu blog, para o deleite dos que amamos as terras das nossas raízes.

E é assim que eu, devidamente autorizado pelo Nikson Salem, por enquanto um amigo virtual, passarei a publicar ipsis litteris os relatos com algumas de suas respectivas fotos das suas aventuras bicicletísticas neste meu blog, os quais serão igualmente publicados no SOR – SITE OFICIAL DE RESENDE.

Começarei por uma pedalada dele até Resende, afastando-me à medida que for criando músculos para pedalar cada vez mais longe. I vamu qui vamu ao primeiro relato capturado do blog do Nikson (Clica nas imagens para ampliá-las!):

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04/01/09 - Uma Aventura em Resende

Havia um passeio marcado com a galera de Resende para Visconde de Mauá, então chamei dois amigos bikers para participar, e de última hora um amigo escolheu fazer outro passeio e o outro resolveu não ir, pois bem, fiquei pensando por um tempo e resolvi ir sozinho mesmo. Acordei às 4h da manhã e saí às 5h, fui sozinho rumo a Dutra, e foi aí que começou a adrenalina, não levei farol esperando o dia amanhecer rápido, mas como estava nublado, fui no maior escuro até Floriano, parecia que estava num túnel, quando clareou o dia, começou a chover, fui na chuva até Resende e quando chego lá, fico sabendo que não haveria mais o passeio, mas não me importei muito, pois ter ido para Resende já era um pedal, e também com o tempo ruim não iria valer a pena ir para Mauá, então resolvi tirar algumas fotos do centro histórico de Resende e depois peguei o caminho de volta, e pra variar, o pneu traseiro furou em 3 lugares depois que passei em cacos de vidro, coloquei um câmara nova e voltei a pedalar, começou a chover de novo e pra variar mais uma vez o pneu furou, agora o dianteiro, consertado o furo, finalmente cheguei em casa sem maiores problemas. Nada tenho a reclamar desse passeio, afinal os imprevistos acontecem para que possamos ter histórias para contar...

Participaram do Passeio: Nikson

Total - 75 km

Postado por Nikson

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- Quer conferir! – Clicaqui! E tem mais uma foto de pôr-do-sol lá, tirada, acredito, do retão de Resende.

- I bibida prus músicus!<

4 comentários:

conduarte disse...

Norival, e aí?
Menino que delícia a nossa bicicleta não, é?

Hoje os caras tem computador desde cedo, celular, vídeo game, e tudo é indoor! Nóisxxxxx era tudo outdoor... Tb eramos chiques no úrtimo. No final do dia, estavamos todo arranhado, sujo, e delícia era tomar um banhão, e ver a água suja ir embora pelo ralo... Uma boa sensação.

A minha primeira bicicleta tinha um cheiro maravilhoso. Andava muito e na maior tranquilidade.

As vezes sinto saudades. Mas hoje em dia tenho preguiça, medo de andar na rua...

Mas é muito bom.
FUi no blog do seu amigo, e gostei. Beijos, CON

AH! ótimo final de semana para vc!

Norival R. Duarte disse...

Medo de andar de bicicleta não tenho, não, Conceição! Tenho é preguiça mesmo! Porém, como disse na minha matéria, admiro os praticantes de ciclismo. Admiro também pessoas simples que fazem da sua bicicleta o seu principal meio de locomoção. Vejo muitas delas, a maioria conhecida apenas de vista, freqüentemente pedalando o seu camelo pelas ruas de Resende, muitas das quais com carona (uma mulher, seguramente uma esposa, algumas vezes até com um filho no próprio colo, no porta-bagage. Outras vezes, mais raro, com outra carona sentada no quadro da bicicleta – um filhinho ou uma filhinha. Qem sabe? – Toda a família, enfim!). E não nos esqueçamos da sua importância social e econômica para certas regiões, mesmo do Brasil, mas mais acentuadamente em alguns países da Ásia. Não é verdade?

Grande abraço e um bom restinho de semana.

Michel Schanuel Girardi disse...

Grande Norival! Sou amigo do Nikson e hoje enquanto pedalávamos ele me falou do seu blog, vim aqui conferir e gostei muito! Seu blog vai ganhar muito com as histórias do Nikson e até ajudar a trazer mais praticantes para nosso esporte.

Vai aqui minha dica: pedalar não tem idade. Se permita voltar no tempo e, de certa forma, ser uma criança novamente.

Abraço!

Norival R. Duarte disse...

Caro Michel:

Obrigado pela sua visita ao meu blog e pelo comentário!

Os meus objetivos quanto aos ciclistas, principalmente da região, estão claramente descritos na minha postagem de hoje no meu blog NORRIVAL, intitulada CICLISMO NA REGIÃO. Dá um pulinho lá, leia e devolva-me um comentário aprovando (Conto com isso!), antecipadamente, aquilo que pretendo publicar nele e que você postou no seu blog COM A CABEÇA NAS NUVENS – narrativas e fotos.

Garanto-lhe que quando o fizer, ser-lhe-ão dados os devidos créditos.

Um grande abraço, um bom fim de semana e uma boa Páscoa.