sábado, 3 de maio de 2008

O Alambari

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Esse é o mais antigo informativo de Resende, em circulação ininterrupta desde quando foi fundado em 12.05.53 pelo Cap Rubens J. Portugal. Sua publicação ocorre às 2ªs, 4ªs e 6ªs-feiras e é editado no interior das instalações da AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras. Sua distribuição é gratuita, começando pela AMAN, e depois chegando até nós, aqui fora dos quartéis, normalmente pelas mãos de centenas de pessoas que lá prestam os seus serviços, entre civis e militares.

Tenho à minha frente o exemplar identificado como “Ano LV - Número 44 – 30/04/08, quarta-feira”, o qual apanhei de uma pequena pilha que estava sobre um balcão do Royal Center Supermercado, no Bairro Manejo, ali colocado inteiramente à disposição de quem o desejasse, numa modalidade nova de distribuição até então desconhecida para mim.

O nome de O Alambari é seguramente uma homenagem ao bairro de Resende do mesmo nome, vizinho da área pertencente à AMAN e que fica ali do lado direito da Rodovia Presidente Dutra, no sentido de quem vai para São Paulo, na saída da passarela sobre os trilhos da linha férrea e da própria Dutra e que liga o Campos Elíseos a esse bairro.

Conheço o O Alambari desde criança, pois, nascido e criado em Resende, quando ele surgiu eu tinha, lá longe, os meus nove anos de idade, já lia os meus gibis e começava a me aventurar em jornais.

Normalmente impresso em quatro páginas, o atual exemplar se constitui de 6, cujo tamanho não se alterou em todos esses anos: cada uma mede 15,0 x 21,5 cm, constituindo-se num veículo de comunicação extremamente prático, que pode ser dobrado em quatro e guardado tranqüilamente em quase qualquer um dos nossos bolsos, ocupando menos espaço do que um telefone celular.

No geral, apresenta-se, inegavelmente, como um importante meio de divulgação de notícias – aparentemente curtas, sintéticas, mas que atingem plenamente aos seus objetivos - de interesse público e que não ficam restritas no interior dos limites geográficos do setor militar. É muito significativo o fato de que elas atravessam os portões da Academia Militar e chegam até à população civil que trabalha e habita fora da sua jurisdição, que é especial, trazendo-nos informações sobre eventos ali ocorridos ou que ocorrerão e que, de uma forma absolutamente coerente e simpática, porta-se como um baluarte da união entre civis e militares.

Fazia algum tempo que não me apossava de um Alambari, como simplificadamente o chamamos, e o que existe de alterado nele - e que não era do meu conhecimento - é que agora são publicados anúncios, para os quais são reservadas duas páginas completas, onde são oferecidos imóveis, veículos e os mais diversos produtos e serviços.

As páginas restantes estão ocupadas com diversas notícias, destacando-se uma pequena biografia do Marechal Floriano Peixoto, que ocupa toda a primeira página, numa comemoração ao aniversário de nascimento desse grande herói nacional e que pode ser lida clicando-se a sua reprodução na entrada deste post.

Seguindo a sua linha de edição, que visualiza sempre a área acadêmica, apresenta, nas páginas centrais, informações sobre muitas atividades que ocorrerão nos próximos dias, com o Bairro Monte Castelo incluído, ele, que também faz parte da jurisdição da AMAN, como em operações instrutivas à população local para a prevenção e o combate à dengue, aqui em cooperação com a Prefeitura Municipal de Resende; em alertas sobre exercícios com tiros reais em áreas reservadas para esse fim, cujos estrondos são ouvidos em toda Resende. Também pudera! Nos próximos exercícios, entre outros, o Curso de Artilharia vai atirar com tiro real utilizando um tal de Obuseiro de 105 mm. Não sei o que isso representa, verdadeiramente, mas perto dele deve fazer um barulho apavorante.

Tem mais: Instruções de segurança para as casas quando seus moradores delas se ausentarem, todas as informações sobre o show do Oswaldo Montenegro no dia 14 de maio, em comemoração aos 90 anos da Sociedade Acadêmica Militar (vendas de ingressos na sala da SAM, Tel. 3358-4666), a Capelania Militar convidando para uma missa especial no dia 30, e no final da página 3 existe uma notícia que me deixou deveras curioso, encucado mesmo, e que reproduzo integralmente, agora:

“Confraria dos Pernetas (tem um símbolo do brasão da AMAN do lado desse título)

O Comandante do Curso de Engenharia convida a todos os integrantes e amigos da Arma de Engenharia para participarem da “CONFRARIA DOS PERNETAS”.

Reuniões todas as sextas-feiras, às 10h30m, no CABRITÃO.

Após a reunião: EMPEZINHO (por adesão).”

Não entendi bulufas, mas soltei a imaginação e calculei o seguinte: os militares da engenharia que perderam uma perna - e somente uma, porque se perdeu as duas não é perneta, não estando, conseqüentemente, convidado a participar da Confraria dos Pernetas - quando pisaram em alguma mina terrestre (é bem possível, pois eles vivem cavucando em tudo quando é lugar), vão se reunir num lugar onde um baita cabritão foi atingido por um tiro de canhão, morrendo, naturalmente. Nesse lugar, batizado com esse nome em homenagem ao bode abatido, eles armam uma barraca de lona para uns cinqüenta beliches de campanha em 01’13’’ e 20 centésimos de segundo (É, meu! Os caras lá são fogo! Rápidos e precisos!). Após um bate-papo legal, todos têm que ficar de pé por um tempinho (pra rimar com EMPEZINHO, ou, como dizemos de forma mais clara aqui fora dos portões da AMAN, de pé), não valendo apoio de muleta, bengala, encosto de cadeira ou ficar abraçado com outro perneta.

Se não for assim, solicito um comentário da 2ª Ten Adriana Dabés, revisora de O Alambari, ao final desta mesma matéria, a fim de que eu e os visitantes do meu blog e do Site Nacional, com o qual o meu PC é ligado on-line, possamos entender a linguagem utilizada pelo Comandante do Curso de Engenharia.

Contatos com O Alambari:

Impressão: Editora Acadêmica
Distribuição: BCSv
Telefones: (24) 3358-4574/ 4575, inclusive para anúncios
http://www.aman.ensino.eb.br
E-mail: academiamilitar@ig.com.br

Update em 06.08.2008:

O nome de o O Alambari é uma referência ao Rio Alambari, que nasce nos contrafortes da Serra da Mantiqueira e atravessa, no seu trajeto, entre outras, toda a área da AMAN, até entregar as suas águas ao Rio Paraíba do Sul, na sua margem esquerda, ali perto do GESSAN, de um lado, e do SAMER, do outro.

O Bairro Alambari, vizinho dos terrenos da AMAN, tem o seu nome também originado desse rio.

Informações fornecidas pelo meu filho Ni, que não se esquece dos seus tempos de escoteiro no Grupo Escoteiro Guia Lopes. do agrupamento aqui de Resende, o mesmo em que o outro filho meu, o Gu, foi lobinho.

4 comentários:

Anônimo disse...

Pai você está impossível.

Anônimo disse...

Norival, entre outras boas coisas, eu admiromuito em você o amor que demonstra ter pelas coisas da sua cidade. Isto, tenha certeza, é típico de um cidadão "bom filho" da terra. Parabéns. Forte abraço.

Norival R. Duarte disse...

Meu filho Gu!

Que bom que você também tenha gostado. Adorei a sua opinião e estou todo orgulhoso, por vocês: minha família.

Tamu esperando vocês pro almoço. Hoje teremos faisão assado no infra-vermelho do PikaPau e espaguete al sugo. Salada de alface americana com tomate, cebola,palmito, ervilhas, vagem e cenoura. Como sobremesa, sua mãe fez um pudim de maracujá, pru modi di todu mundu ficá mansinho. Coca zero pra empurrar tudu pru bucho.

Beijos e abraços de seu pai e amigo, Norival.

Norival R. Duarte disse...

Caro Ery!

Realmente, gosto muito da minha cidade. Entretanto, esse amor é o mesmo que nutri e nutro por todas as cidades onde morei (St. Gallen, Suíça, por exatos 13 meses, e São Paulo, por dezessete anos) ou por onde passei (mais de mil, Curitiba incluída, na qual foi onde mais demorei, em inúmeras vezes).

E, fato pitoresco: sempre que parava em alguma cidade, em visitas a clientes das minhas empresas, fazia questão de beber um copo de água que fosse oriunda dalí. Era como se estivesse pedindo a benção dos seus protetores para entrar naquele território que, como a cidade da gente, deve sempre ser considerado como um lugar sagrado.

Abraços e um bom domingo, Norival.