É domingo! Dia de prato especial em casa, quando não saímos para nos aventurar em algum restaurante escolhido entre as dezenas dos existentes na Grande Resende. Domingo passado fomos a uma churrascaria – preço fixo para 4 pessoas - e o que comemos foi uma bosta: bifes grelhados de picanha (maior sacrilégio, pensávamos que vinha a peça inteira), sem sal, arroz completamentemente sem tempero, uma chícara de farofa (Será que faltou para outros fregueses?).
Hoje será diferente! Meu filho Gu já foi encomendar um faisão assado. Minha mulher promete servi-lo junto com uma farofa caseira nota mil, arroz, purê de batatas (Que a minha netinha come muito bem!) e tabule, sem pepino (Que só a minha nora Helena devora uns 500 ml).
Falei em faisão assado porque me lembrei de um saudoso amigo falecido, o Jorge Serralheiro, mais conhecido como Minhoca.
Era assim, invariavelmente, aos domingos: uma turma de amigos reunia-se onde é hoje o Chop Salada, pertinho da minha casa, em frente de onde hoje se localiza o Banco Real, e cujo dono era o Vicente Diogo. Ninguém vendia mais frango assado do que ele em Resende. O dono atual é o meu amigo Alexandre, filho da Dona Vera, que continua com a venda de frango assado e com restaurante no mesmo local, só que agora sofrendo a concorrência de outros dois frangueiros e outros restaurantes, bem próximos a ele, sendo um deles o açougue Pica-pau que é, na verdade, um minimercado e que é o destino do Gu na busca do nosso faisão.
Nessas ocasiões, a turma – Minhoca, Hugo Metralha, Alan (também Metralha, falecido), Fernando Funga-funga (também Metralha, tombém falecido), Marreta, eu e outros amigos de presença nem sempre certa, se reunia ali pelas nove horas da manhã a até ali pelo meio dia, antes de apanhar o seu franguinho para fazer aquela média nas suas respectivas casas, enchíamos o cu de cachaça e de cerveja. Principalmente cerveja.
Quando chegava a hora do Minhoca nos deixar, ele se levantava da mesa, alisava a região de seu estômago com as duas mãos, olhava para a máquina de assar frangos, corria em seguida os olhos para os circunstantes e quando constatava que todos o observavam, dizia: “- Bem, amigos! Vou pegar o meu faisão assado e levá-lo pra Dona Maria”. Assim o fazia. Pagava a sua parte nas despesas da mesa, pagava pela encomenda da Dona Maria, botava a encomenda embrulhada em papel da Dona Maria debaixo do suvaco e partia com seu passo de Michele Bündchen, cruzando as pernas, no seu andar todo cheio de ginga pelo Manejo afora.
Minhoca era serralheiro de profissão e um dos serviços que ele mais executava era o conserto de molas dessas portas de aço que, novas ou velhas, sempre se soltam ou se quebram. Essas portas, com suas molas, representam uma dor-de-cabeça quase permanente, seja para quem for que as possua. Minhoca era visto na rua sempre lambuzado de graxa e carregando nos ombros para a sua oficina algum eixo cheio dessas molas.
Porque me recordei dele, senti suas saudades. Deve ser o responsável pelo perfeito funcionamento das portas do Céu, se não tiver sido contratado também pelo Capeta!
- I bibida prus musicus!
Hoje será diferente! Meu filho Gu já foi encomendar um faisão assado. Minha mulher promete servi-lo junto com uma farofa caseira nota mil, arroz, purê de batatas (Que a minha netinha come muito bem!) e tabule, sem pepino (Que só a minha nora Helena devora uns 500 ml).
Falei em faisão assado porque me lembrei de um saudoso amigo falecido, o Jorge Serralheiro, mais conhecido como Minhoca.
Era assim, invariavelmente, aos domingos: uma turma de amigos reunia-se onde é hoje o Chop Salada, pertinho da minha casa, em frente de onde hoje se localiza o Banco Real, e cujo dono era o Vicente Diogo. Ninguém vendia mais frango assado do que ele em Resende. O dono atual é o meu amigo Alexandre, filho da Dona Vera, que continua com a venda de frango assado e com restaurante no mesmo local, só que agora sofrendo a concorrência de outros dois frangueiros e outros restaurantes, bem próximos a ele, sendo um deles o açougue Pica-pau que é, na verdade, um minimercado e que é o destino do Gu na busca do nosso faisão.
Nessas ocasiões, a turma – Minhoca, Hugo Metralha, Alan (também Metralha, falecido), Fernando Funga-funga (também Metralha, tombém falecido), Marreta, eu e outros amigos de presença nem sempre certa, se reunia ali pelas nove horas da manhã a até ali pelo meio dia, antes de apanhar o seu franguinho para fazer aquela média nas suas respectivas casas, enchíamos o cu de cachaça e de cerveja. Principalmente cerveja.
Quando chegava a hora do Minhoca nos deixar, ele se levantava da mesa, alisava a região de seu estômago com as duas mãos, olhava para a máquina de assar frangos, corria em seguida os olhos para os circunstantes e quando constatava que todos o observavam, dizia: “- Bem, amigos! Vou pegar o meu faisão assado e levá-lo pra Dona Maria”. Assim o fazia. Pagava a sua parte nas despesas da mesa, pagava pela encomenda da Dona Maria, botava a encomenda embrulhada em papel da Dona Maria debaixo do suvaco e partia com seu passo de Michele Bündchen, cruzando as pernas, no seu andar todo cheio de ginga pelo Manejo afora.
Minhoca era serralheiro de profissão e um dos serviços que ele mais executava era o conserto de molas dessas portas de aço que, novas ou velhas, sempre se soltam ou se quebram. Essas portas, com suas molas, representam uma dor-de-cabeça quase permanente, seja para quem for que as possua. Minhoca era visto na rua sempre lambuzado de graxa e carregando nos ombros para a sua oficina algum eixo cheio dessas molas.
Porque me recordei dele, senti suas saudades. Deve ser o responsável pelo perfeito funcionamento das portas do Céu, se não tiver sido contratado também pelo Capeta!
- I bibida prus musicus!
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