quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O tamanho das tragédias nas serras do Estado do Rio


Quase todos os órgãos de imprensa estão divulgando que o desastre natural acontecido neste mês na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro é a maior catástrofe do gênero ocorrida no Brasil. Falta só mais um cadinho, só mais um pouquinho de exacerbo na empolgação pra explodir no peito varonil de alguém destas bandas aquele velho sentimento tupiniquim que nos fará sair gritando pros quatro cantos cardeais do planeta que é o maior desastre do gênero no muuuundo!
Até a ONU já entrou nessa furada!

Vejamos alguns fatos sobre essa história:

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Até hoje, o número de mortes em decorrência das chuvas na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro chegou ao número de 838. Foram 398 mortos em Nova Friburgo, 344 em Teresópolis, 67 em Petrópolis, 22 em Sumidouro, 6 em São José do Rio Preto e Bom Jardim.

O número de desaparecidos também voltou a subir nessa mesma data.

De acordo com o balanço do Ministério Público do Rio de Janeiro, o número chegou a 541 em toda a Região Serrana. 244 desaparecidos são de Teresópolis, 185 de Nova Friburgo, 65 de Petrópolis, 4 de Sumidouro, 2 de São Jose do Rio Preto, 2 de Bom Jardim, 1 de Cordeiro e 38 de localidades não informadas.

(Leia mais aqui, no blog do O Globo)

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Então, ficamos assim:

Para o desastre na Região Serrana do Estado do Rio em 12/1/2011 foi contabilizado, hoje, quarta-feira (26/1):

838 mortos + 541 desaparecidos = 1379 vítimas

Agora, um início de papo sério!
Desastre na Serra das Araras, também no Estado do Rio, em 1967:
A Revista Brasileira de Geografia Física publicou, em julho do ano passado, a lista das maiores catástrofes por deslizamentos de terras ocorridos no país. O episódio da Serra das Araras, em janeiro de 1967, com seus 1700 mortos estimados supera, de longe, qualquer outro acidente do gênero no país.

Uma cruz de 10 metros na subida da Serra das Araras (Piraí-RJ), no local conhecido por Ponte Coberta, marca o início de um enorme cemitério construído pela natureza. Lá estão cerca de 1.400 mortos (fora os mais de 300 corpos resgatados) vítimas de soterramento pelo temporal que atingiu a serra em janeiro de 1967. Foi a maior tragédia da história do país, superando o número de mortos da atual tragédia na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, hoje (17/1, data da postagem linkada) acima de 500 .

No episódio da Serra das Araras, suas encostas praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.

(Leia mais aqui, no blog Brasilianasorg.com.)

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Dessa forma, os vários órgãos da imprensa, em todas as suas modalidades, deveriam propalar apenas a verdade, sem que haja nenhuma diminuição das dores pelas perdas humanas do atual desastre.

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- Oremus!

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