Deu no JB de ontem:
“Acordo ortográfico definitivo até 2011
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem, na abertura de reunião de cúpula dos países de língua portuguesa, que o acordo ortográfico será posto em consulta pública no Brasil dentro de um mês. Segundo o ministro, a nova ortografia deve começar a ser implantada nos livros didáticos brasileiros em um ano e, até 2011, a expectativa é de que todos os livros já tenham adotado as mudanças.”
Por mim, podem implantar, podem mudar, podem fazer o que quiserem com a língua portuguesa porque, de cara, de cara, não vou mudar quase nada nas minhas garranchadas.
Não admito, não aceito, e podem me torturar, me chamar de véio teimoso, de sujeito radical, - um babacão que não foi capaz de marcar mais do que um ponto no teste 990 da mega-sena de ontem e que premiou dois sortudos com uns 26 milhões de reais cada um – mas nunca dobrarei o “r” e o “s” somente para eliminar o traço de união para escrever antissemita ao invéz de anti-semita, ou contrarregra, no lugar de contra-regra, entre outras taisquaismentes.
E nem me falem sobre eliminar o trema. Não me imagino escrevendo linguiça, eloquente ou consequência, por exemplo.
E essa história de mandar pra cachaporra os acentos circunflexo e agudo de palavras como enjoo, voo, leem, veem, jiboia, heroica, viuva, apazigue etc, mais parece atitude de domador de éguas - Ou passará a ser eguas? - lascando seu chicote no lombo de uma infeliz animoa (fêmea de animal) pra fazê-la dormir.
Pode ser que daqui a uns 30 anos, de tanto ler jornais e revistas, principalmente, já que ando sem saco para ler qualquer livro, eu acabe me acostumando com a nova ortografia ou, nessa ocasião, com uns 94 anos de idade, acometido de uma doença doidona qualquer e levado a viver como um vegetal (Prefiro antúrio. Rosa é coisa de viado.), tornando-me um maluco beleza, usando babador e fraudão permanentemente, esteja completamente indiferente tanto à antiga, quanto à nova ortografia da “última flor do Lácio, inculta e bela” e não consiga nem mesmo me lembrar ou me expressar, oral ou escritamente, de ambas as duas conjuntamente juntas ou desconjuntamente separadas. (Escrevi “ambas as duas” de propósito. Admiro muito essa minha capacidade de reforçar, de confirmar pelo excesso. Coisas da vida!)
(“A expressão "Última flor do Lácio, inculta e bela" é o primeiro verso de um famoso poema de Olavo Bilac, poeta brasileiro que viveu no período de 1865 a 1918. Esse verso é usado para designar o nosso idioma: a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. O termo inculta fica por conta de todos aqueles que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas que continua a ser bela.” Essa explicação pesquei nesta lagoa aqui.)
“Acordo ortográfico definitivo até 2011
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem, na abertura de reunião de cúpula dos países de língua portuguesa, que o acordo ortográfico será posto em consulta pública no Brasil dentro de um mês. Segundo o ministro, a nova ortografia deve começar a ser implantada nos livros didáticos brasileiros em um ano e, até 2011, a expectativa é de que todos os livros já tenham adotado as mudanças.”
Por mim, podem implantar, podem mudar, podem fazer o que quiserem com a língua portuguesa porque, de cara, de cara, não vou mudar quase nada nas minhas garranchadas.
Não admito, não aceito, e podem me torturar, me chamar de véio teimoso, de sujeito radical, - um babacão que não foi capaz de marcar mais do que um ponto no teste 990 da mega-sena de ontem e que premiou dois sortudos com uns 26 milhões de reais cada um – mas nunca dobrarei o “r” e o “s” somente para eliminar o traço de união para escrever antissemita ao invéz de anti-semita, ou contrarregra, no lugar de contra-regra, entre outras taisquaismentes.
E nem me falem sobre eliminar o trema. Não me imagino escrevendo linguiça, eloquente ou consequência, por exemplo.
E essa história de mandar pra cachaporra os acentos circunflexo e agudo de palavras como enjoo, voo, leem, veem, jiboia, heroica, viuva, apazigue etc, mais parece atitude de domador de éguas - Ou passará a ser eguas? - lascando seu chicote no lombo de uma infeliz animoa (fêmea de animal) pra fazê-la dormir.
Pode ser que daqui a uns 30 anos, de tanto ler jornais e revistas, principalmente, já que ando sem saco para ler qualquer livro, eu acabe me acostumando com a nova ortografia ou, nessa ocasião, com uns 94 anos de idade, acometido de uma doença doidona qualquer e levado a viver como um vegetal (Prefiro antúrio. Rosa é coisa de viado.), tornando-me um maluco beleza, usando babador e fraudão permanentemente, esteja completamente indiferente tanto à antiga, quanto à nova ortografia da “última flor do Lácio, inculta e bela” e não consiga nem mesmo me lembrar ou me expressar, oral ou escritamente, de ambas as duas conjuntamente juntas ou desconjuntamente separadas. (Escrevi “ambas as duas” de propósito. Admiro muito essa minha capacidade de reforçar, de confirmar pelo excesso. Coisas da vida!)
(“A expressão "Última flor do Lácio, inculta e bela" é o primeiro verso de um famoso poema de Olavo Bilac, poeta brasileiro que viveu no período de 1865 a 1918. Esse verso é usado para designar o nosso idioma: a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. O termo inculta fica por conta de todos aqueles que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas que continua a ser bela.” Essa explicação pesquei nesta lagoa aqui.)
Entonces, todos os puristas da nossa língua podem me chamar de inculto tombém e, de antemão, vou avisando e prevenindo, primeiramente aos meus queridos e costumeiros visitantes, que já me conhecem e sabem das minhas diabruras; segundamente e principalmente, àqueles que têm a pachorra de ler pela primeira vez alguma coisa que rabisco nos meus momentos de descortino imprevisível, que podem, com toda razão, estranhar o jeito de me expressar, quando, aqui e alí, trucido uma palavra, amputo outras duas para fazer uma terceira, nova, transformo um substantivo num advérbio ou vice-e-versa, parecendo que enfio tudo numa máquina de moer e o que sai pode ser algo inexistente na nossa língua mas que nos finalmentes acaba fazendo sentido e não se torna um empecilho para o seu cabal entendimento; que, quando fizer isso e outras aberrações semelhantes, não escreverei tais produtos da minha moenda em itálico, não negritarei, não escreverei só com maiúsculas, não colocarei em caixa mais alta nem botarei em tecnicolor. Sairá como o trecho corrido até entonces.
Sendo assim, sigamos em frente!
- I bibida prus músicus!
4 comentários:
Norival,
voce pode até não acreditar, mas eu lí TODOS os textos que voce publicou nessa sua retomada pós-cachaça.
Gostei do teste de visão(tomei bomba, claro); vibrei com a história do leão surdinho(o caçador desalmado se fudeu, eu adoro quando os caras se fodem), constatei alarmado que andei tomando uns leite estragado(agora, já era); assombrado com a incultura dos vestibulandos, mas não surpreso(já ví uns testes que os advogados andam fazendo prá OAB, só fico pensando nos erros que os candidatos a médicos cometem); por fim cheguei na reforma ortográfica(Ufa!). Enfim, tô estropiado.
Tem uma branquinha aí?
Abraço forte
Obrigado pela visita, Valter!
Fico lisonjeado pela sua paciência em ler tudo o que publiquei após a retomada das minhas brincadeiras aqui no meu blog. De todos os posts, considero o mais importante este da reforma ortográfica e fico pensando: como é que você, escritor, está ou estará reagindo a respeito dela?
Grande abraço e uma esplendorosa semana para você e sua família aí em Mongaguá.
Minha nossa!
Amei seu blog. Já adicionei em meus favoritos.
Quanto conhecimento! Quanta sabedoria transmite em seus textos!
Parabéns!
Abraço.
Liliane Ayres
BH-MG
Eu, hem, Liliane! Sóco! Acho que você está biruta!
Será que você não postou o seu comentário no blog errado, não?
Em todo caso, em sendo verdade, em verdade lhe digo: obrigado pela visita e volte sempre.
Abraços, Norival.
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