sábado, 26 de outubro de 2013

Lógica lusitana

(Com todo o respeito aos meus amigos, reais ou virtuais, e parentes ou possíveis ancestrais lusitanos.)

No fundo os lusitanos estão corretos. São os outros que não perguntam certo!

O raciocínio deles é definitivamente diferente do nosso. Impressionante!

Um deles comentou comigo que é um raciocínio "ingênuo", que não abarca o "todo" do assunto, apenas um aspecto. Algo assim, mas que é verdade.

Essas que vou te contar aconteceram comigo (?).

Num voo da TAP, a aeromoça chega pra mim e diz:
- A senhora vai jantar?
Eu:
- Quais são as opções?
A aeromoça:
- Jantar ou não jantar!

Outra:
Passei por uma banca de revistas em Lisboa e perguntei se havia o jornal O ESTADO DE SÃO PAULO.
O dono da banca:
- Sim, temos. Queres o Estadão de ontem ou o de hoje?
(Diante daquela fartura toda, claro que eu...)
- Ah, quero o de hoje!
Dono da banca:
- Ótimo! Então venha buscá-lo amanhã!

Outra:
Chegamos em Sagres e fomos lá naquela pontinha do mapa.
Ali havia uma grande placa onde dizia: "Aqui acaba a Terra de Portugal e começa o mar".
Eu me virei para o taxista e disse:
- Se estou vindo de navio do Brasil e chego aqui, terei que ler "Aqui acaba o mar e começa a terra de Portugal".
O taxista me olhou com a maior cara de espanto e disse:
- Pois! E eu nunca tinha pensado nisso.

Outra:
Num restaurante, com o cardápio na mão e olhando uma série de pratos de bacalhau, perguntei ao garção qual era o melhor prato de bacalhau.
E ele, com a mais perfeita expressão de sinceridade estampada na face, disse:
- Pois vou lhe ser muito sincero, o melhor prato de bacalhau é o da minha mãe.

Outra:
Estava na Espanha e queria comprar um notebook com teclado em português.
Fui logo no Corte Inglês que é uma grande cadeia varejista e tem lojas em toda a Europa.
Encontrei o modelo que eu queria numa das lojas Corte Inglês, em Lisboa.
Liguei pra lá e pedi que me mandassem o notebook via Corte Inglês de Madri, ou via correio.
Eles me responderam que não exportavam produtos para o exterior.
A mesma loja, a mesma rede, sendo que a União Europeia foi criada justamente para incrementar o comércio entre os países e retirar as barreiras...
Insisti e não houve jeito. Só indo até Lisboa para comprar, disse o vendedor.
Então, acertei todos os detalhes e lhe falei que iria de carro para aproveitar e ir passeando.
Também disse que demoraria uns 3 dias, porque ia parar em duas ou três cidades para conhecer mais de Portugal.
Pedi que deixasse reservado para mim... Etc, etc.
Para deixá-lo mais tranquilo (e a mim também, porque já conheço – assim pensava eu - o jeito deles), disse que lhe telefonaria de todas as cidades por onde passasse para ir dando a posição.
Ele achou o máximo e assim foi.
- Olá, Fernando, já estou em Madrid... Amanhã vamos para Cáceres e te ligo de lá. Guarda o meu notebook.
- Tá guardado! - Disse ele.
- Olá, Fernando, chegamos em Cáceres... Amanhã vamos para Badajoz e te ligo de lá. Por favor, guarda o meu notebook!
- Fica tranquila, está reservado pra si! - Disse ele.
- Olá, Fernando, chegamos em Badajoz... Amanhã estaremos em Évora e te ligo de lá. Por favor, guarda o meu notebook!
- Fica tranquila, está aqui reservado pra si! - Disse ele.
Passamos por Évora direto rumo à Lisboa, aonde chegamos no mesmo dia. Quando botei o pé em Lisboa, liguei pra loja e falei com o Fernando:
Olá, Fernando, já chegamos em Lisboa, vamos passar aí em meia hora. Guarda o meu notebook.
Ele:
- Não está mais reservado, não está mais guardado, não sei se foi vendido, porque tu não telefonaste de Évora e eu tirei-o da reserva.
ACREDITE SE QUISER!

Outra:
A gente está de carro... Pára, abaixa o vidro para perguntar onde fica a Rua Fernando Pessoa.
O passante diz:
- Estás a ver aquela próxima rua? Pois não entra nela.
- Estás a ver a próxima onde tem aquela placa azul na esquina? Pois também não entra nela.
- Estás a ver aquela próxima que tem um semáforo? Também não entra nela.
- Estás a ver aquela outra que fica depois da que tem semáforo? Entra nela à esquerda.
Eles são incapazes de dizer "é a 4ª à esquerda". Ponto!
Não conseguem!
Não sei como funcionam aqueles cérebros...

Outras, mais antigas:
Uma brasileira dirigia por Portugal, quando viu um carro com a porta de trás aberta.
Solidária, conseguiu emparelhar e avisou:
- A porta de trás está aberta!
A mulher que dirigia conferiu o problema e respondeu irritada:
- Não, senhora! Ela está mal fechada!

O brasileiro estava em Lisboa e numa sexta-feira perguntou a um comerciante se ele fechava no sábado.
O vendedor respondeu que não.
No sábado, o brasileiro voltou e deu com a cara na porta.
Na segunda-feira, cobrou irritado do português:
- O senhor disse que não fechava!
O homem respondeu:
- Mas como vamos fechar se não abrimos?

Há ainda a história de um que morou por um ano em Estoril e contou que lá num certo dia, meio perdido na cidade, perguntou ao português:
- Será que posso entrar nesta rua para ir ao aeroporto?
- Poder o senhor pode, mas de jeito algum vai chegar ao aeroporto...

O brasileiro, no terceiro andar de um edifício, em Lisboa, chama o elevador e a porta abre-se quase instantaneamente. Aí ele pergunta às pessoas que estão dentro:
- Está descendo?
Todos respondem:
- Não!
E o brasileiro pergunta
- Está subindo?
Todos respondem
- Não!
E o brasileiro, já todo afobado:
- Está o quê, então?
Todos respondem
- Está parado!

Em Portugal, a caminho da Espanha de carro, parei para perguntar a um português sentado a beira da estrada:
Esta estrada vai para a Espanha?
Respondeu-me:
"- Nao sei, mas se for vai fazer muita falta aqui, pois a usamos todos os dias!”

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Abs Júlio C. de Andrade, Piadas de portugueses

- I bibida prus músicus!

2 comentários:

João Menéres disse...

Acabei de ler todas, NORIVAL !
Palavra que não sei da que ri mais !!!
Obrigado por estes minutos de boa disposição.

Há braços ( A expressão não é minha ! )

Norival R. Duarte disse...

Fico felicíssimo com as suas declarações, João!

Grande abraço.