Pára de fumar, Norival!

Cansado de levar pitos do pneumologista, do diabetologista, do cardiologista, do angiologista e do neurologista por causa do vício de fumar, fui levado, por admirável disposição e dedicação dos dois primeiros, a uma psicóloga para tratar do meu tabagismo, que me passou mais meia dúzia de pitos.

Também, não é para menos! Fumante há 55 anos, desde os 13 anos de idade, fumo atualmente de 15 a 20 cigarros por dia. Até há uns 6-10 meses atrás, fumava até 40 cigarros por dia.

Toda essa fumaçeira fez com que eu, hoje, tenha 80% da carótida direita entupida (a esquerda está com apenas 20% - Ooooba!), o que me coloca numa situação de risco de sofrer um AVC ou uma isquemia, ou até mesmo um ataque cardíaco. Isso, além de outros males que o fumo me causou e que não vem ao caso mencionar neste momento.

Resultado: após aprovação da minha seguradora de saúde, que deve ocorrer nos próximos dias, serei paciente de uma angioplastia. Pedirei ao médico que me coloque logo um stent de 1/2 ou de 3/4 de polegada de diâmetro. Assim, tão cedo, não importunarei mais ninguém com essa encheção de sac, digo, encheção dessa carótida!

Então, na minha primeira e ainda única visita à psicóloga, ouvi seus conselhos, orientações - assim como seus pitos e avisos - e saí de seu consultório levando 14 adesivos do remédio chamado de Niquitin, representando 7 doses de 21 mg de nicotina, para serem aplicados em 7 dias consecutivos.

E ela disse, entre outras coisas, que se eu fumasse nesses dias, poderia ter uma sobre-carga de nicotina no organismo, quando a pressão poderia subir, ficaria tonto, me torceria todo antes de ter uma convulsão, e aí meus olhos ficariam esbugalhados, meus rosto transfigurado que nem o Cristo daquela velhinha restauradora de quadros de Borja, começaria a babar, fazer cocô e mijar nas calças... Um horror!

Em suma: não deveria misturar cigarro com o Niquitin, senão...

Resultado: fumei meu último cigarro às 01:30 horas de 30 de agôsto de 2012. Amanheceu o dia, colei os dois primeiros adesivos em meu corpo e estou sentindo grande tranquilidade em realizar e permanecer com o tratamento.

Noto que apesar do vício a quê a nicotina nos submete, ele não é tão forte quando os vícios de comportamento pertinentes e que podem variar de um fumante para outro.

No meu caso, sempre acendia e fumava um cigarro quando terminava alguma tarefa, por menos tempo que levasse na sua execução. Por exemplo: lia umas três ou quatro páginas de um jornal ou revista, parava e fumava; ia num consultório medico, fumava um cigarro antes; saia do consultório médico e do prédio que o abrigava, fumava de novo; ia comprar um sapato, fumava antes de entrar na sapataria; saindo da sapataria com o novo par de sapatos, outro cigarro.

Agora, como fico quase todo o tempo em casa, termino de fazer alguma coisa, vem uma vontade gostosa de fumar, que já  não é mais tão frequente como antes do uso do Nicotin, e aí não penso duas vezes, pois já encontrei o meu remédio, ou a minha via de escape: vou dormir por uns 15 minutos e, apenas com isso, a vontade de fumar desaparece!

Acho que o tratamento vai dar certo e, o mais importante, estou gostando da ideia de passar a ser chamado de ex-fumante!

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- I bibida prus músicus!