No site Millôr na Imprensa (link), ele próprio reproduz a conversa que teve com o jornalista e crítico de cultura Luiz Antônio Giron, que resultou numa entrevista publicada no número 317 da Revista Época em 14 de junho de 2004, na qual fala de sexo, preconceito e política e, então aos 80 anos, ainda se dizia otimista. Estado que, na minha opinião, ainda não mudou!
Como tudo o que vem do Millôr é do meu gosto, que me agrada pelos quatro pontos cardeais e pelos extremos mais profundos e altos do nosso planeta, que só me traz alegria, cultura e satisfação, posto alguns trechos dessa sua entrevista que são entremeadas, como sempre, de ironia e verdades ocultas.
Sendo assim, lá vai!
''Os governos me assustam pela falta de raciocínio. O quê o Fernando Henrique Cardoso já escreveu de besteira é incrível. Os livros dele são os de um bobo. Ele é tão tolo quanto o José Sarney, só que mais barroco.''
“Machado de Assis é um bobo, mas todo o mundo o coloca no céu. É difícil a pessoa recuar naquilo que absorve na juventude. Minha cabeça funciona o tempo todo. A questão da Capitu em Dom Casmurro , por exemplo. Fica todo o mundo preocupado se a Capitu deu ou não para o Escobar. Ora, é evidente que sim. O livro diz que o filho da Capitu tem a cara do Escobar. Demonstro com evidências que Capitu traiu. Bentinho descreve de tal maneira Escobar que ele parece mesmo apaixonado pelo amigo. Peguei trechos sintomáticos do Bentinho no livro. Escobar se afasta no ônibus e Bentinho fica triste porque ele não lhe dá adeus. Eles ficavam de mãos dadas no colégio de padres e os padres achavam aquilo estranho. Não era normal. Dom Casmurro é um livro fraco.”
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- I bibida prus músicus!
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