Em 02 de setembro pp publiquei neste blogue um post intitulado Pára de fumar, Norival!, onde tentei explicar o meu hábito de fumar sincronizado com a necessidade de sofrer proximamente uma angioplastia na carótida direita, que é uma intervenção cirúrgica que tem por objetivo expandir essa artéria em um determinado local – que fica na área do pescoço - com o auxílio de um stent nela inserido. Uma vez posicionado no local desejado, mediante o auxílio de cateteres, ele é expandido, permitindo a passagem de um fluxo maior de sangue por essa via.
Esse stent, ou expansor, torna-se necessário quando a carótida se encontra parcialmente obstruída por um material denominado de ateroma, que ali se alojou sorrateiramente ao longo dos anos e se aglutinou na forma de uma placa sólida, propriamente chamada de placa de aterosclerose.
Essa placa age como uma válvula que vai se fechando paulatinamente dia-a-dia, até que num deles, num momento qualquer, fechará de tal maneira a carótida que um fluxo insuficiente de sangue será levado à parte do cérebro que ela atende, fazendo este entrar em colapso e podendo trazer conseqüências gravíssimas.
Pois bem! Na segunda pp, passei por essa intervenção no Hospital do SAMER, aqui de Resende, num procedimento comandado pelo médico-angiologista Dr. Aquiles André T. Tomar, e devo dizer que tudo correu às mil maravilhas. E hoje, antes de completar dois dias desse evento, já me encontro em casa, escrevendo este post, feliz e saudável, não porque antes dela eu andasse infeliz e com a cara de quem já estava com um pé dentro do caixão, não que eu acusasse ou manifestasse sintomas de menos importância decorrentes do estrangulamento dessa minha querida carótida.
Estou feliz, reafirmo, porque eu conhecia as implicações de possuir tal mal e os riscos associados a ele, para mim e para terceiros. Agora, pós-operação, não navegam mais pela minha cabeça pensamentos de situações sinistras inesperadas, como um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral.
Numa das piores hipóteses, me imaginava dirigindo um carro, sofrendo um desmaio no trajeto e atropelando uma fila de passageiros aguardando seu ônibus. Pelo menos, por culpa dessa parte de uma das minhas carótidas, isso não deverá acontecer!
E posso dizer mais saudável também porque sinto os benefícios decorrentes da necessidade de efetuar essa angioplastia como, e principalmente, TER PARADO DE FUMAR!
Hoje, faz 48 dias que não ponho um cigarro na boca, coisa que jamais imaginei fazer. E essa interrupção, ainda curta no seu tempo de contagem, me proporcionou muitas coisas boas, entre elas a de que a minha carótida se dilatasse mais docilmente, que ficasse mais elástica à ação da força de expansão do stent no instante mais crucial da intervenção cirúrgica, que é a sua soltura da cápsula onde estava alojado e que o reteve espremido, compactado, até o seu lugar de atuação – a parte da carótida que estava com 90% de obstrução. Não fora isso, estivesse a carótida mais dura por ação dos agentes contidos na fumaça dos cigarros que fumei, não seria impossível que a carótida estourasse no momento da liberação do stent.
Quando disse acima sobre inúmeras coisas boas que o ato de parar de fumar me trouxe, citei como principal essa da re-elastificação da minha carótida e que, por extensão, atingiu todas as minhas artérias, veias e capilares. E os benefícios não param por ai, mas, só para instigar alguns renitentes fumantes a seguirem o meu exemplo - afinal, foram 55 anos com um pito na boca! – lembro que “uma das principais razões pelas quais custa tanto abandonar o vício do fumo é que todas as vantagens do deixar, e todos os perigos de continuar parecem estar muito próximos. Ledo engano: o corpo humano começa a regenerar-se decorridos tão somente 20 minutos após o último cigarro.
Veja abaixo uma lista do quê se sabe até agora sobre alguns dos efeitos imediatos ao cessar de fumar e como afetam a nosso organismo desde esse preciso instante:
Depois de 20 minutos a pressão sanguínea, o ritmo cardíaco e a temperatura do corpo (mãos e pés) baixam ao nível normal.
Em 8 horas o nível de Monóxido de Carbono (gás tóxico) no sangue já baixou à metade, e o nível de oxigénio no sangue sobe a seus níveis habituais.
Em 48 horas a probabilidade de sofrer um ataque cardíaco terá diminuído. Toda a nicotina terá abandonado o corpo. O sentido do gosto e do olfato regressam aos níveis normais.
Em 72 horas os brônquios relaxam, facilitando a respiração. O volume pulmonar e a energia aumentam.
Ao fim de uma semana, a pele, o maior órgão do nosso corpo, reage de uma forma extraordinária à cessação do consumo de tabaco. Desbloqueado o circuito do oxigênio, a cútis torna-se mais limpa e sedosa, rejuvenescendo visivelmente.
Em duas semanas, a disfunção erétil, um problema não confessado que afeta os fumantes, regride.
Em 2 semanas a circulação melhora, e seguirá assim (melhorando) durante as 10 semanas seguintes. Aqui já é mais fácil caminhar.
De 3 a 9 meses os problemas respiratórios, de tosse e de catarro desaparecerão, ao mesmo tempo que a capacidade pulmonar melhora próximo aos 10%. (Parei de pigarrear e de tossir após 3 dias!)
Em 1 ano o risco de falecer de um ataque cardíaco reduz-se à metade.
Em 5 anos o risco de sofrer uma embolia será o mesmo que o de um não fumante.
Em 10 anos o risco de sofrer câncer de pulmão será o mesmo que o de um não fumante.
Em 15 anos o risco de sofrer um ataque cardíaco será o mesmo que o de um não fumante.
Outra mudança importante em nosso corpo ao deixar de fumar, neste caso desagradável: o engordar. Segundo recentes pesquisas abandonar o hábito implica ganhar uns 5 quilos devido ao aumento de apetite, da ansiedade de substituirmos o fumo por outras coisas (bebemos mais, "beliscamos" mais entre as refeições, etc) e principalmente porque o ritmo da queima de calorias baixa aos níveis normais. Os fumantes queimam calorias mais rapidamente porque a nicotina produz uma sobre-estimulação que cria a dopamina, um neurotransmissor que se aloja no sistema nervoso central e que se relaciona com as funções motrizes, emoções e sentimentos de prazer.”
(As informações nesta fonte vieram dos blogs Máxima.xl.pt e Metamorfose Digital e me foram indicados pela minha psicóloga-terapeuta Dra. Sônia Cardoso Moreira Garcia. Para ler mais, clique aqui e aqui.)
E o título desta postagem – Que pele bonita, Norival! - não poderia ser outro que também não representasse um dos benefícios que o ato de fumar já me proporcionou e que passei a ouvir de amigos e parentes com os quais me encontro pessoalmente.
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- I bibida prus músicus!
2 comentários:
Espero ter você por muito tempo ainda ao meu lado, você é muito importante.
Abraços
Gu
Falou, meu filho Gu!
Grande abraço.
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