domingo, 20 de novembro de 2011

Notas do blog Canjicas

Em 29 de fevereiro de 2008 publiquei, neste link, uma reportagem que copiei do blog Canjicas, do Dr. Porfírio Caetano das Neves, autointitulado de Barbeiro.

Infelizmente, esse blog não responde - não abre mais - e por isso nem vou fornecer o link dele, por ser inútil.

Essa postagem no meu blog é uma das minhas preferidas e, por isso, vou reproduzi-la novamente de novo aqui outra vez, isto é, vou repeti-la, bisá-la, para que os meus novos correspondentes, que não têm tempo a perder navegando por acá, tomem conhecimento do que considero uma rara pérola. Lá vai:

Existem locais que a gente encontra quando navega pela Internet que atiçam de certa forma a nossa curiosidade, transformando o que seria uma rápida visita em uma verdadeira expedição exploratória.

Refiro-me àqueles sites e blogs que descobrimos e que não conseguimos deixar de explorá-los por um bom tempo quando do nosso atracamento neles, chegando até aos limites em que a nossa procura e interesse sejam recompensados por achados insuspeitados e imprevisíveis, com a realização do encontro de coisas e fatos que preenchem ou complementam buracos negros dos nossos conhecimentos.

É o que se deu comigo ao encontrar em setembro do ano passado o site Canjicas, um dos muitos incluídos num grupo de blogueiros que se reúnem em uma tribo virtual chamada de Wunderblogs, e acreditem, não sosseguei até navegar por ele todo, tal a beleza de seus textos, compostos de crônicas e comentários escritos de forma às vezes soberba, no sentido de magnífica, outras num tom coloquial, aqui nos dando a impressão de estarmos conversando frente a frente com o autor, outras, finalmente, utilizando uma linguagem humorística que poucos, mas muito poucos mesmo, conseguem se expressar da mesma forma. O seu titular é o Dr. Porfírio Caetano das Neves que, ao que tudo indica, encerrou as atividades do seu site em agosto de 2006, o que seria uma pena ou, desgraça maior, faleceu, morreu, o que se constituiria numa perda irreparável.

Avento essa hipótese por que naveguei rapidamente por alguns dos vinte e poucos blogs e sites do Wunderblogs , todos do mesmo naipe do Dr. Porfírio, e não encontrei uma referência sequer sobre o desaparecimento dele e da paralisação do seu site. E eu tenho a mania, que se confunde com uma baita birra mesmo, de ler tudo quando é comentário. Comigo não escapa um, já o disse aqui algumas vezes. O que ele postou até fevereiro de 2006 permanece lá, uma coletânea maravilhosa de crônicas do dia-a-dia, críticas políticas e literárias mordazes, a explicação do inusitado que passa batido por uma visão comum, como uma coisa simples, mas que se transforma em algo realmente interessante e maravilhoso sob a sua visão microscópica, que enxerga o que ao simples observador é negado.

Eu, cá com meu blog, vou passar a jogar a minha tarrafa no lago dele e passar a reproduzir aqui o que acho interessante do seu site. Pra mim será um trabalho gratificante e longo, pois tudo lá é interessante, daí... Espero que ele, esteja onde estiver, não se aborreça comigo e aprove essa minha decisão que sempre será acompanhada dos devidos e mais do que merecidos créditos, como é de meu hábito.

Se alguém tiver alguma notícia dele, peço, encarecidamente, que me comunique.

Abaixo, algumas pérolas que capturei nesse site. Boto toda a minha fé de que será do agrado de todos!

Aqui, a introdução de uma crítica literária:

“Quarta-feira, 27 de fevereiro de 2006

Eros uma vez...

Por curiosidade resolvi comprar o livro “Triângulo no ponto”, de autoria de S.Exa. o Min. do STF Eros Grau. Pra quem não conhece (ignorante!), o ministro é professor titular da Universidade de São Paulo, foi indicado para a mais alta corte do país pelo Presidente Lula e o “Triângulo” é seu primeiro romance. Vocês sabem que sou um reles barbeiro com uma quedinha pela literatura e que por isso mesmo, como diria o saudoso cel. Ponciano de Azeredo Furtado, não sou homem de intromitências em assuntos de alta questionação, talqualmente a crítica literária.”


O resto tá lá e é imperdível!

Algumas pinceladas feitas ao acaso no baú dele:

"- Eu respeitaria mais o Gianotti e o Comparato se, por exemplo, eles fossem flagrados numa suruba com 12 anãs acrobatas.

- As opiniões dos intelectuais brasileiros são exatamente as mesmas dos pedreiros brasileiros, só que com um vocabulário mais rico.

PCN: - É verdade que você bebe muito?

FDR: - Olhe. Eu bebo pouco. Mas o pouco que eu bebo me transforma em outra pessoa, que bebe pra cacete.

PCN: - É verdade que você considera a Idade Média a melhor época da humanidade para se viver?

FDR: - Com certeza foi. Desde que, claro, você não pisasse num prego enferrujado ou pegasse gonorréia.

- Ah, sim. Há uma terceira lição: nunca votar em gente de língua plesa."


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I bibida prus músicus!

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