domingo, 30 de novembro de 2008

Falso contato imediato de 1º grau

Uma noite, depois de quase 20 anos de casados, o casal está na cama quando a mulher sente que seu marido começa a acariciá-la como não fazia há muito tempo.

Ele começou no pescoço, desceu pelo dorso e foi até às nádegas; voltou no pescoço, nos ombros, nos seios e parou na barriga.

Os movimentos dele demonstravam alguma impaciência, não deixando de acusar certo nervosismo. Ela não sabia aonde a mão dele iria alisá-la na seqüência de carícias, mas o que estava acontecendo debaixo dos lençóis e no escuro a estava deixando completamente na condição de rendida.

Continuando, ele colocou a mão na parte interna do braço esquerdo, passou no seio, nas nádegas novamente. Na perna esquerda foi até o pé, subiu na parte interna da coxa e parou bem em cima da perna. Deu uma parada.

A mulher, que começava a ofegar, parou de respirar. - É agora! - Pensou. E ficou aguardando, na maior expectativa, por algo bem melhor.

Então ele fez a mesma coisa na parte direita e, de repente, vira as costas e não fala uma palavra.

A esposa, já bem doidona, entre surpreendida e esperançosa, tentando agarrar-se àquela oportunidade que lhe parecia incomum, de tão distante no tempo que havia acontecido pela última vez, lhe diz carinhosamente:

- Querido, estava maravilhoso, por que parou?

E ele, resmungando: - Cala a boca e dorme, ô, caraio, pois JÁ ENCONTREI O CONTROLE REMOTO!

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- Merci beaucoup, querida amiga Célia Borges, pela remessa de mais essa piada pra mim.

- I bibida prus músicus!

sábado, 29 de novembro de 2008

Advogado x Legista

Advogado: - Doutor, antes de fazer a autópsia, o senhor checou o pulso da vítima?
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Legista: - Não!

Advogado: - O senhor checou a pressão arterial?

Legista: - Não!

Advogado: - O senhor checou a respiração?

Legista: - Não!

Advogado: - Então, é possível que a vítima estivesse viva quando a autópsia começou?

Legista: - Não!

Advogado: - Como o senhor pode ter essa certeza?

Legista: - Porque o cérebro da vítima estava num jarro sobre a mesa!

Advogado: - Mas ele poderia estar vivo mesmo assim?

Legista: - Sim, é possível que ele estivesse vivo e cursando Direito em algum lugar!

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- Essa 'piada' foi retirada do livro 'Desordem no tribunal', seguramente um repositório de coisas que pessoas disseram em tribunais e transcritas por taquígrafos, que tiveram que permanecer calmos enquanto estes diálogos realmente aconteciam à sua frente.

- Procurei mais informações sobre esse livro na Internet, tendo sido inúteis as minhas tentativas de acrescentar mais informações pros meus visitantes. I’m sorry!

- Obrigado, querida amiga
Célia Borges, pela remessa dela pra mim.

- E antes que me esqueça, bibida prus músicus!

Pingüins voadores

Muito, muito legal esse vídeo feito pela BBC!



Viu o making of do vídeo também?

Sem sacanagem, gente! Acho que nunca mais acreditarei no que eu vier a ver na Internet. E se alguém neste momento me chamar de Dona Joaquina ou de Chita, a macaca do Tarzã, num simples cumprimento fugaz, sou capaz de responder na mó naturalidade, como se tais nomes se referissem a mim.

- I bibida prus músicus!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Pérolas processuais

Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal: Sentença proferida em 1487, no processo contra o Prior de Trancoso - Autos arquivados no armário 5º, maço 7:

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de 62 anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi argüido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com 29 afilhadas e tendo delas 97 filhas e 37 filhos. De cinco irmãs, teve 18 filhas; de nove comadres 38 filhos e 18 filhas; de sete amas teve 29 filhos e cinco filhas; de duas escravas teve 21 filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: 299, sendo 214 do sexo feminino e 85 do sexo masculino, tendo concebido em 53 mulheres".

A pena não foi cumprida porque El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos 17 dias do mês de Março de 1487 e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo.

Esta é apenas uma das pérolas processuais publicadas às terças e sextas-feiras no site Espaço Vital. Mais algumas delas:

Certidão lançada por um oficial de Justiça, em Passo Fundo, após efetuar uma penhora:

"Penhorei uma mesa de comer velha de quatro pés".

De uma informação do carteiro, ao devolver título à Caixa Federal:

"O sacado não foi encontrado porque morreu, porém a viúva continua com o negócio aberto".

De uma petição inicial, em ação acidentária, na comarca de Novo Hamburgo:

"Os movimentos dos cotos de amputação estão bastante comprometidos. A força prensora palmar inexiste e as pinças digitais não se concretizam com nenhum dedo, pois, infelizmente, perdeu todos".

Trecho literal de petição inicial, em ação de indenização, na 7ª Vara Cível de Porto Alegre, relativa a agressão sofrida por freqüentador de boate:

"Meu cliente levou um soco nos oios, uma garrafada nos cornos, um chute no saco e algumas pauladas na bunda".

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- Capturei este post no blog do Carlos Alberto Teixeira, que o publicou no site do GloboOnline em 07.03.2004.

...Lamentavelmente, este grande blogueiro desapareceu da relação de seus colaboradores. Mas está em endereço novo, no Catalisando.

- O Espaço Vital, site onde o Carlos Alberto encontrou este post, desapareceu da Internet.

- I bibida prus músicus!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O mistério da forma de alumínio

Sempre que eu avistava em alguma gôndola ou prateleira de supermercado ou loja de artigos domésticos esta forma de alumínio redonda, com o seu enorme cone central, ficava me perguntando pra que tipo de bolo, torta, cuscuz, pudim ou outro quitute ela colaboraria para a sua feitura.

Falando francamente, desde quando(?) descobri que sou um ser pensante – e lá se vão uns sessenta e bordoada de anos – a curiosidade sempre andou trepada no meu cangote e constantemente me incitou a procurar a razão sobre tudo o que me cerca.

Dentre as minhas maniiiias, uma é gostaaaar de vocêêê... Eita, Flávio Cavalcanti! Lembrei na hora, mas deixemos isso pra lá! Então, como dizia, uma das minhas manias, pouquíssimas, é a de me aventurar pela cozinha e aí preparar as minhas gororobas. Nos primeiros anos, na dos meus pais, onde a minha mãe foi e é a maior mestra. Já casado, as aventuras passaram a ocorrer na minha própria casa, naturalmente autorizado pela dona Luísa. E agindo nesse ambiente, ou seja, cozinhando, pinto e bordo, salgando demais, às vezes; colocando óleo, manteiga ou açúcar demais, também às vezes; mas sempre procurando me aprimorar para que a minha comida seja cada vez melhor, para gáudio próprio, da minha família e de eventuais visitas e bicos de luz. Que no fundo, no fundo, redunda pro progresso do Brasil.

Pensava, até recentemente, que conhecia todos os utensílios de uso culinário doméstico, até que me deparei novamente com a forma de alumínio redonda com o enorme cone alto na sua parte central. Desta vez, diferentemente de todas as outras vezes em que a vi, mas não me atrevi a tocar nela, apanhei-a e a rodei, olhei-a por cima e pelos fundos e - Cacilda! – encontrei uma etiqueta colada na parte interna do cone, indicando o seu preço e – Maravilha! – a sua finalidade.

Adquiri-a de imediato e como era de manhã ainda, preparei o almoço com o belengo feito nela como prato principal, que ficou lindo, lindo, gostoso, gostoso, e merecedor das palmas de todo mundo que estava presente: minha mulher e eu.

Pô! Tenho que sair e hoje não dá pra acabar esta reportagem. Continuo outra hora. Por enquanto, convido você, que talvez não saiba pra que serve a forma redonda de alumínio com o enorme cone central e não tem uma na sua cozinha, ou na cozinha da sua mãe, nunca viu uma, ou se já viu não teve interesse em saber pra que servia, a conjeturar sobre a sua real finalidade. Você poderá ficar boquiaberto, como eu, com o produto final que ela proporciona, que prometo mostrar em fotos numa das próximas reportagens da série.

- I bibida prus músicus!

Empresa que derramou inseticida no Rio Paraíba é multada em R$ 33 milhões

A Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca), da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Rio, multou em R$ 33 milhões a empresa Servatis, sediada em Resende, e que foi responsável pelo derramamento, na madrugada da terça-feira passada, de pelo menos oito mil litros do inseticida Endosulfan 350 no Rio Pirapetinga, afluente do Rio Paraíba da Sul, e que matou milhares de peixes (inclusive de algumas espécies em extinção), além de capivaras e jacarés, e obrigou pelo menos sete municípios da região a interromper a captação de água para a população.

A Servatis terá 15 dias para recorrer da decisão, e sua assessoria de comunicação disse que a empresa só irá se pronunciar após ser notificada oficialmente, mas alegou que por causa do valor da multa ela poderá fechar as portas, deixando cerca de 650 funcionários sem emprego, dos quais apenas 175 continuam trabalhando e os demais em casa. Não foi a primeira vez que a Servatis provocou prejuízos e danos ao meio ambiente, já que há cerca de três anos a empresa também foi responsável pelo vazamento do gás inseticida Dimetutato.

Nesta quinta-feira haverá debate no plenário da Câmara Municipal de Resende às 19 horas para discutir o problema. O vereador Fernando Menandro (PV) convocou, por meio da comissão legislativa de meio ambiente, o presidente da Agência do Meio Ambiente de Resende (Amar), o representante da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) e o diretor da fábrica Servatis para prestarem esclarecimentos, principalmente sobre os riscos à saúde que a população ainda pode estar exposta, e também sobre as medidas punitivas, preventivas e fiscalizadoras adotadas pelos órgãos ambientais do governo.

No final da tarde de segunda-feira o presidente da Servatis, Ulrich Meyer, esteve na Prefeitura de Resende com o prefeito Silvio de Carvalho e com procuradores jurídicos do município, além do presidente da Amar, Luís Felipe César, do secretário de saúde José Maciel, e do vereador Fernando Menandro. Meyer, ainda sem saber do valor da multa, garantiu que a empresa deverá atender todas as exigências dos órgãos ambientais, e o prefeito cobrou como sendo falha da empresa não ter informado o acidente com rapidez e não possuir uma obra de contenção para evitar que o vazamento chegasse ao Rio Paraíba e causasse o problema ambiental.

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- Reproduzo aqui no meu blog, na íntegra, esta matéria publicada hoje no Site Oficial de Resende pelo meu amigo Rui Camejo, jornalista e seu colaborador assíduo, por considerá-la plenamente de acordo com a denúncia deste ato criminoso praticado pela empresa Servatis, numa demonstração concreta de completo desrespeito à natureza – fauna e flora – e num desinteresse desumano pela vida de milhares de pessoas que se utilizam das águas do nosso querido Rio Paraíba - habitantes fluminenses, cariocas e mineiros, assim como outros viajeiros perambulantes do momento, que são, todos, obrigados a utilizar as suas águas a jusante da foz do Rio Pirapetinga. E essa denúncia não deve se limitar a essa fronteira, à foz desse afluente: deve ser estendida a toda a bacia hidrográfica desse que é, seguramente, um dos mais importantes rios do Brasil, dada a sua relevância nos aspectos sociais e econômicos de toda a região que ela tão generosamente abraça.

- Bibida prus músicus i pau nus bandidu!
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Post scriptum em 17.Dez.2008: Rui Camejo é o comandante do blog "Rui Camejo - Itatiaia - Reportagens", onde analisa com suas excelentes crônicas todos os fatos relevantes de sua cidade e outros igualmente importantes da região. Sua homepage pode ser acessada aqui. A postagem acima, copiada do Site Oficial de Resende, foi originalmente publicada no seu blog e pode ser conferida aqui.
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- I bibida prus músicus novamente!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Desgraça pouca é bobagem

Ô, Mané! Eu quero mais é que o Fluminense e a Seleção Brasileira de Futebol vão pra casa do Inácio.

- I bibida prus músicus!

Sai foooora, Capeta!

Este cartoon que capturei no blog Varal de Idéias, do meu amigo Eduardo P. Lunardelli, é deveras gozado e retrata bem uma das maléficas conseqüências pelas quais fumantes ativos e passivos estão sujeitos no decorrer das suas vidas, maaaas, o ato de fumar não é assim tão catastrófico como todos os não fumantes pensam. Analisando criticamente o ato de fumar e sua correlação com a impotência sexual, esta é menos pavorosa e indesejada do que um câncer no pulmão ou de outros órgãos, menos também do que a amputação de pernas, de um ataque cardíaco, e por aí segue a procissão de doenças pertinentes.

A gozação retrata bem a enorme arma de pressão psicológica que existe mundialmente sobre nós, honestos fumantes indefesos, quase que uns coitadinhos, entre tantas outras que existem e que estão sendo permanentemente boladas pelos inimigos impiedosos do tabagismo, gente que nunca sentiu o sublime prazer de fumar um simples cigarrinho depois de uma boa e caprichada trepada e que ficam sempre martelando sob nossas vistas e ouvidos sobre os efeitos danosos do cigarro. Meio que sem jeito, um pouco envergonhado, até, mas obrigado a erguer bem alto a bandeira inderrotável pelo nosso direito de fumar e não conseguindo me conter calado, digo na cara de pau: com a idade, todo mundo vai ficando brocha, homens e mulheres, uns mais acentuadamente, outros menos, e isso independe se se fuma ou não. Com isso todo mundo concorda, certo? E eu afirmo, em alto e bom som, que do alto dos meus 64 anos de idade, 50 dos quais carregando um pito na boca - atualmente estou na marca de dois maços diários -, nunca tive sérios pobremas de ereção. Bem, falando sério... Bem, falando honestamente... Seria como se eu... Bem, negóss siguinte: até hoje permaneço dando “x” menos “y” pimbadas por ano, sendo “y”, percentualmente, sempre menor do que 1, podendo chegar a quase 1 quando bebo, mas isso é outra história. Não é legal?

- I bibida i fumu prus músicus, pur conta dus fabricanti di cigarru!

domingo, 23 de novembro de 2008

Segurança, ainda que... 4

- I bibida prus músicus!

Com jeito vai - 4

- Veja todas as imagens desta série já publicadas, clicando aqui!

- I bibida prus músicus!

Porque os cães mordem seus donos - 3

- Quer ver as outras imagens publicadas desta série? - Clicaqui!

- I bibida prus músicus!

Novo assento(?) para aviões

Há coisa de alguns meses (Tenho a imagem aí de cima captada na internet e arquivada desde Maio.2006.), o diretor de desenvolvimento pra novos projetos - ou coisa que o valha - de uma grande empresa fabricante de aviões de passageiros - americana ou européia, não me recordo - foi incumbido de analisar a possibilidade de empanturrar ainda mais os aviões produzidos até então e os que viriam a ser produzidos com maiores números de passageiros por unidade, de todos os modelos, sem alterar as dimensões físicas externas dos mesmos.

Passada a tarefa a seus subordinados, que foram orientados a usar de muita imaginação e infinita criatividade, criando o que bem entendessem, desde que fosse lógico, surgiu, entre muitas aberrações, esta solução aí de cima, onde o “boi”, ou a “vaca”, viajam de pé, tendo um encosto traseiro que vai do piso do avião até à nuca do/a viajante, equipado com um assento tipo pára-choques de automóvel (Aquêêêêle, que procê se manter sobre ele tem que usar as pernas como alavancas, apoiar firmemente os pés no piso de onde você se encontra e empurrar-se todo contra o carro com uma força filho-da-puta pra sua bunda permanecer sobre o dito cujo e não escorregar. Deu pra entender?). O projeto tinha até uma mesinha pro lanchinho do/a infeliz passageiro/a que, segundo a minha experiência, poderia ser dispensado/a de mais este sofrimento durante a viagem.

Seu criador justificou que o projeto era viável e até mesmo aceitável pra pequenos percursos, como a ponte aérea Rio-São Paulo, Resende-Rio, Resende-São Paulo, pra citar apenas alguns exemplos de pontes aéreas tupiniquins, uma vez que mais assentos comuns - dos que eram usados à época e continuam a ser usados até hoje – não poderiam ser mais acrescentados dentro das aeronaves, que já haviam chegado ao limite a partir do qual os passageiros ficariam desconfortáveis, fato que omite a grande verdade de que eles são, até hoje, o local de espera – a espera pra chegar logo no destino – mais apertado do mundo.

O projeto foi engavetado, não vingou e o seu projetista não ganhou o aumento de salário com o qual ele sonhou numa noite de verão. Ou inverno, sei lá!

Atualmente, com o visível aumento do número de passageiros de viagens aéreas do mundo todo e pra todo canto do mundo a cada ano, penso que a qualquer momento o projeto possa ser desengavetado, ir adiante e vingar, e os aviões existentes e os que vierem a ser construídos passarão a comportar muito mais passageiros dos que aqueles que se vêem habitualmente embarcados. Isso, naturalmente, pra viagens de percurso curto.

E se for pra aumentar de vez o número de passageiros por aeronave, dou a minha modesta sugestão pra que se ofereça a casais a possibilidade de viajarem agarradinhos, ocupando apenas um encosto. Seria assim: o cara se encosta, a dona chega de frente, os dois se abraçam e o avião parte pro seu destino. Já pensaram? Tão próximos assim estando... Quem duvida de que não sairia uns beijinhos ou que rolaria uma chegaçãozinha? O que não deveria ser permitido seria a dona chegar de costas pro cara que estiver colado no encosto. Já pensaram no que poderia acontecer e que não seria difícil de ser realizado? E, eureka! A oferta de tais posições de ocupação pra duas pessoas poderia até ser estimulada com um descontozinho pro casal, mas não seria admitida pra homem com homem. Pra mulher com mulher...
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- I bibida prus músicus!

Imagens espetaculares da coleção de Avi Ornstein

Achei muito bacana esta foto, denominada ‘Ponto de Vista”, uma das 43 de um rolo de slides que uma correspondente desta guerra de emails em que vivemos me enviou e que estava guardado quietinho no meio dos meus arquivos secretos, aguardando somente um momento para que eu puxasse o pino e detonasse alguma coisa com ela ou com algumas delas.

Veja esta outra, batizada de ‘Lembranças da Infância’:

Trata-se de uma produção em power point muito bem editada que reúne fotos e imagens fora de série, sobre variados motivos, e cujo slide final apresenta o nome de Avi Ornstein, seguramente o editor da produção e um inveterado colecionador do ramo - de extremado bom gosto, diga-se de passagem – que construiu, com esta coleção, uma seqüência que eterniza instantes e flagrantes simplesmente espetaculares.

E essa aqui, óia só, chamada de ‘Conformidade’:

A edição é valorizada sobremaneira com a inclusão da música Pavana Capricho, de Albeniz, que está completamente sintonizada com o teor, diria artístico, do conteúdo fotográfico e imaginário reunido na apresentação.

Sendo-me impossível reproduzi-la por completo aqui no meu blog, coloco-me à disposição para enviá-la a quem assim o desejar, bastando me informar o email próprio para tal.

Arquivo: Aquele email de 15.01.2007 da minha amiga Francine Grossi, lá de Brasília.

- Brigado, Francine, i bibida prus músicus!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Os bancos do meu Manejo

Demoraram, mas, finalmente, o Bairro Santa Cecília, que todo mundo chama simplesmente de Manejo - com o que não nos importamos nem um pouco, muito pelo contrário - ostenta, imponente, as fachadas de algumas agências de bancos até então plantados apenas nos Campos Elíseos e que nos obrigava, assim como aos moradores dos bairros nossos vizinhos, como o Alvorada, o Liberdade, o Nova Liberdade e outros, a nos deslocarmos até lá, do outro lado do Rio Paraíba, sempre que necessitávamos de alguma atendimento pessoal ou mesmo para uma simples operação bancária, como retirar talões de cheques, realizar saques, pagamentos, etc.

Há alguns anos, o extinto Bamerindus tentou uma investida semelhante, na mesma avenida que hoje ostenta as fachadas de instituições congêneres, havendo encerrado as suas operações quando da sua compra pelo HSBC.

Ficamos, uma boa parte de nós, aqueles que se tornaram clientes ou freqüentadores daquela agência cujas portas se fecharam, obrigados à mesma faina rotineira dos deslocamentos até o nosso novo banco, lá nos Campos Elíseos, que é, para quem não sabe e que não é daqui da região, o centro financeiro/comercial nervoso de Resende.

Não que a localização delas seja longe de nós, cá das cafunduras, pois, a pé, numa passada onde percorro 1 km em 10 minutos, desde a minha casa, que se localiza bem no centro do Manejo, até o Banco Itaú, alííííí, nos Campos Elíseos, realizo uma agradável caminhada de exatos 17 minutos. Isso, na ida!

Na volta são outros quinhentos, pois pode demorar umas 3 ou 4 horas, dependendo dos encontros com amigos há muito não vistos, da atualização dos papos, como das informações sobre as baixas ocorridas na cambada de colegas e onde, em que cidade ou local foi realizado o enterro (E, muito importante: como foi este? Tinha muita gente?), enfim, um monte de conversa amena e reconfortante, como todos os leitores deste post podem imaginar, e, como ninguém é de ferro, de algumas rodadas de chop no Cospe Grosso, entremeadas com algumas doses de cachaça bebidas em outros bares, outros botequins.

Se o percurso se realizar de carro, aí são outros quinhentos, pois esses deslocamentos, Manejo-Campos Elíseos ou vice-e-versa, durante os dois rushs diários, fazem a viagem durar bem mais do se fosse feita a pé. Por baixo, por baixo, deixo por mais de meia hora. No período escolar a coisa chega a ficar preta.

Passamos anos assim, sempre aguardando a abertura de qualquer agência próxima a nós, de qualquer banco, umazinha que fosse!

Alguns afortunados moradores daqui dispunham e dispõem de agências em seus empregos, em fábricas ou repartições públicas, como na prefeitura e na AMAN. Aqui, no Manejo, só se contava com um caixa eletrônico do Bradesco, localizado no Goiabão (Centro Empresarial do Manejo).

Recentemente, desde o ano passado, nossos desejos começaram a ser realizados, como conseqüência do extraordinário progresso por que passa toda a região e o Bairro Manejo, em particular, que é o que me interessa e por cujas ruas e avenidas reclamam e rangem os meus calos, pois, além daquele caixa eletrônico do Bradesco, contamos já com três agências bancárias que oferecem a seus clientes todas as comodidades de agências modernas e funcionais, servindo toda gama de produtos e serviços inerentes às suas atividades.
Ei-las:

Banco Itaú – Av. Cel Mendes, 209


Banco do Brasil, o pioneiro no Manejo, localizado em frente ao Banco Itaú


Banco Real, Av. Cel Mendes, 91


E isso aqui embaixo? O que estarão fazendo atrás daqueles tapumes?

Nas minhas divagações sobre o crescimento que o Manejo experimenta, imaginei que seria a estação do trem-bala que tanto almejo para nós. Já pensaram nisso e, mais ainda, combinando com as extensões das linhas dos metrôs do Rio e de São Paulo?


Não é nada disso, porém! Trata-se das obras da nova filial do Bradesco em Resende, que será a quarta agência bancária do nosso bairro e que fica coladinha com a agência do Banco Real.


Se já era bom viver, morar, estudar e trabalhar no Manejo, agora está melhor ainda e para que a nossa felicidade fique completa, sem motivo de grandes vontades ou reclamações reprimidas que nos levem a pensar em suicídio pessoal ou coletivo, bastar-nos-ia que se abrissem aqui no bairro uma sapataria muito da tchan e uma filial do Cospe Grosso.


- I bibida prus músicus!

Segurança, ainda que... 4

A dondoca está dizendo: "- Essa tal de aids realmente preocupa você, não é mesmo?"

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Imagem capturada no site da minha nova amiga virtual Conceição Duarte, que é jornalista na MTB 54.105, que eu não sei o que quê é isso, pois que (Eita, quezaida danada!), por localização (Resende) ou por não ser assinante do pacote mais caro da Net, na minha TV não chegam os sinais da programação onde ela é estrela. Para vê-la e ouvi-la, tenho me sintonizado no blog dela, onde ainda encontro uma abundante produção de artigos escritos de seu próprio punho, versando sobre todo o universo que a rodeia, que, a mim, faz rir e faz chorar, refletir e desemburrar.

Assim, considerando o blog da Conceição como um blog nota 10, que por me ter (Separado, bobão!) cedido o post de hoje, passa a fazer dos meus pontos de parada nas Fontes de onde bebo e ganha uma linha nos meus Marcadores, ambas localizadas na minha sidebar, o que me deixa deverasmente orgulhoso.

- I bibida prus músicus!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Não morra na ignorância...

13 coisas que você não pode, absolutamente, deixar de saber antes de morrer:

01) Os ratos não vomitam.

02) Ninguém consegue lamber o próprio cotovelo.

03) Você pisca aproximadamente 25 mil vezes por dia.

04) Os russos atendem ao telefone dizendo "- Estou ouvindo!".

05) Os ursos polares são canhotos.

06) O Oceano Atlântico é mais salgado que o Pacífico.

07) O elefante é o único animal com quatro joelhos.

08) A cada ano, 98% dos átomos do seu corpo são substituídos.

09) Rir durante o dia faz com que você durma melhor à noite.

10) 15% das mulheres americanas mandam flores para si mesmas no dia dos namorados.

11) Seu cabelo cresce mais rápido à noite e você perde em média 100 fios por dia.

12) As baratas conseguem sobreviver por nove dias sem a cabeça antes de morrer de fome.

13) E que 75% das pessoas que leram essas 12 coisas acima, tentaram lamber o próprio cotovelo!

- AÍ! FALA A VERDADE, Ô MEU! VOCÊ TENTOU LAMBER O COTOVELO, NÃO TENTOU?

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- Brigado, Walter! Se você não se lembra mais, esta piada você me mandou em fevereiro.2006. Mas de uma coisa você não pode se esquecer: bibida prus múúúúsicus!

Flores, folhas e botões: Natureza 4

Lembram-se daquele ramo de orquídea vermelha florida que mostrei aqui no meu blog no dia 21 pp e que eu disse que pertencia de uma espécie rarííííma? Pois é! Não é que depois daquele ramo solitário, a danadinha soltou um punhado de ramos novos, todos floridos tombém, em tudo parecidos com aquele que primeiro entrou pras páginas da Internet?

Esta obra prima da natureza está engastaiada no tronco da Meméia, uma velha goiabeira também proprietária do nosso quintal, juntamente com um montão de bromélias de floração igualmente vermelha, que também estão florindo.

Tudo junto, goiabeira, bromélias e orquídea, formam, no momento, uma enorme e exuberante touceira, bunita que nem ela só. Beleza pura!

- I bibida prus músicus!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O enterro do pai da loira

Isso é maldade, não deem bola... Que maldaaaade!

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O pai da loira morreu. A amiga da loira, Ana Paula, foi chamada para ajudar a cuidar dos preparativos.

- Pietra, seu pai não pode ser enterrado com esta roupa. Vá comprar um terno para ele.

- Amiga, eu não tenho dinheiro!

- Não tem importância. Eu pago.

E lá se foi a loira em busca de um terno para enterrar seu genitor.

Feito isto, após o enterro, ela procurou a amiga:

- Preciso de dinheiro para pagar o terno.

- Quanto é ?

- Duzentos reais.

Ela deu o dinheiro como prometeu.

Passou um mês e a loira a procurou novamente.

- Preciso de dinheiro para pagar o terno.

- Quanto é ?

- Duzentos reais.

Por ter prometido, a amiga não questionou e deu a grana. Mais um mês se foi e a loira voltou a procurar a amiga.

- Preciso de dinheiro para pagar o terno.

- Patrícia, em quantas prestações você comprou este terno?

- Heloooo, querida, nenhuma! É que o terno era muito caro, então, ao invés de comprar, eu aluguei...
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- I bibida prus músicus!

Tudo é relativo

Fim de tarde, um ginecologista aguarda sua última paciente que não chega.

Depois de 45 minutos, ele supõe que ela não virá mais e resolve tomar um gin tônica para relaxar, antes de voltar para casa.

Ele se instala confortavelmente numa poltrona e começa a ler o jornal quando toca a campainha. A tal paciente, que chega toda sem graça e pede mil desculpas pelo atraso.

- Não tem importância, imagina! - Responde o médico.

- Olhe, eu estava tomando um gin tônica enquanto a esperava. Quer um também para relaxar?

- Aceito com prazer! - Responde a paciente aliviada.

Ele lhe serve um copo, senta-se na sua frente e começam a bater papo.

De repente ouve-se um barulho de chave na porta do consultório. O médico tem um sobressalto, levanta-se bruscamente e diz:

- Minha mulher! Rápido, tire a roupa, deite-se na cama e abra as pernas, senão ela pode pensar bobagem!
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- Brigado, querida amiga Francine Grossi!

- I bibida prus músicus!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Natureza Erótica

- Clica na imagem para ampliá-la -

O Millôr escreveu dianssim, ó: “Quando a natureza está de sacanagem... No México, seja pra onde for que você olhe, a natureza é cheia de sugestões; e parece que lá até a natureza só pensa naquilo!”

O foto acima está contida numa coleção exibida no site do Millôr, juntamente com outras 21 de igual tempero, bem apimentadas, do jeito que os mexicanos gostam e, porque não dizer, nós, brasileiros, tombém.

Destarte, si ocê quisé dá ua zoiada nelas, dê um pulinho no site dele cricando aqui. falô?

Um aviso sério, bastante sério: trata-se de fotos naturais, mesmo, mas a semelhança delas com partes íntimas de homens e mulheres é algo de extraordinário e pode não agradar a todos.

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- I bibida prus músicus!

sábado, 8 de novembro de 2008

A Visão Planetária de Barack Obama

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Barack Obama em frente ao Capitólio e junto com a família comemorando a vitória em Chicago
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Na matéria postada ontem a que denominei de “Aê, Obama!”, levei a ascenção do Obama à presidência dos EUA mais ou menos na brincadeira e, se digo assim, é porque algumas coisas que escrevi devem ser tomadas como sérias, como as primeiras 10 linhas, mais aquelas referentes aos cuidados que ele deve tomar com relação a neo-nazistas e racistas empedernidos.

Neste post aqui, o enfoque sobre Obama muda de figura radicalmente, pois sobre ele, e principalmente sobre as palavras dele, é analisada a sua postura teosófica dentro da filosofia clássica, num artigo escrito por Carlos Cardoso Aveline, um profundo estudioso e divulgador dessa doutrina.

Doutrina com a qual me identifico totalmente e que representa o meu modo de vida e cujo artigo aqui exposto me faz admirar ainda mais este jovem político, alçado espetacularmene à presidência da nação mais rica e poderosa do mundo.

Sem mais lero-lero, vamos ao principal:

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O Presidente Eleito dos Estados Unidos Resgata Idéias da Filosofia Teosófica Clássica

Por Carlos Cardoso Aveline

“O verdadeiro teosofista não pertence a nenhum culto ou seita, e no entanto pertence a todos eles”. Robert Crosbie.

“Em nossa casa, a Bíblia, o Alcorão e o Bhagavad Gita ficavam na prateleira juntamente com os livros da mitologia grega, norueguesa e africana. Na Páscoa ou no Natal [minha mãe] me arrastava para a igreja, assim como para templos budistas, para a celebração do Ano Novo chinês, para santuários xintoístas ou para antigos locais de rituais havaianos.” Barack Obama.

A teosofia é uma filosofia planetária e a sua meta primeira é despertar a compreensão e a vivência da fraternidade universal. Assim como o movimento teosófico, ela é independente de rótulos, nomes pessoais, ideologias ou organizações. O que define o verdadeiro campo de ação da teosofia clássica e do seu estudante são fatores muito reais, mas intangíveis, como a compreensão das leis da natureza, a consciência ética e a solidariedade para com todos os seres.

Ter acesso à sabedoria divina é um assunto de almas e não de corporações ou instituições. William Judge, um dos principais fundadores do movimento esotérico moderno, escreveu:

“Como o Movimento Teosófico é contínuo, ele pode ser encontrado em todos os tempos e em todas as nações. Onde quer que o pensamento venha lutando para ser livre, onde quer que as idéias espirituais tenham sido promulgadas em oposição às formas e ao dogmatismo, lá o grande movimento pode ser percebido.” [1]

Deste ponto de vista, um cidadão de boa vontade e visão ampla pode ser considerado um verdadeiro teosofista, ainda que não seja membro de qualquer agrupação teosófica. Não importa se ele é cristão, judeu, budista, muçulmano ou seguidor de uma ou de outra filosofia. Na medida em que ele compreende a universalidade da ética planetária, sua vida ajuda a abrir espaço para a percepção da fraternidade universal e ele é um verdadeiro teosofista, no plano da alma.

Este talvez seja o caso do senador Barack Obama, eleito presidente dos Estados Unidos em 05 de novembro de 2008 e que agora se prepara para assumir a liderança do país mais influente do nosso processo civilizatorio. Examinando fatos da vida de Obama e fragmentos dos livros que escreveu, poderemos avaliar o tamanho da afinidade entre ele e a ética e a sabedoria universais.

Derrubar os Muros Entre Povos, Raças e Religiões

Em julho de 2008, Barack Obama falou em Berlim, Alemanha, para uma multidão calculada pelas autoridades policiais em duzentas mil pessoas. Ele abriu o evento sem precedentes esclarecendo que estava ali na condição de “cidadão do mundo” – uma expressão que contém em si mesma a idéia da cidadania planetária e de um mundo sem fronteiras. Ali estava um cidadão em campanha eleitoral nos Estados Unidos, falando em manifestação de rua em país europeu. Em seguida, Obama formulou a sua proposta de cooperação entre todos os povos. Referindo-se indiretamente à derrubada democrática do Muro de Berlim, em 1989, ele disse:

“A solidariedade e a cooperação entre as nações não é uma escolha. É o único caminho, o único caminho, para proteger a nossa segurança comum e fazer avançar a nossa humanidade comum. É por isso que o maior de todos os perigos seria permitir que novos muros nos dividam um dos outros. Os muros entre os velhos aliados dos dois lados do Atlântico não podem ficar de pé. Os muros entre os países que têm muito e os países que têm muito pouco não podem ficar de pé. Os muros entre raças e tribos; nativos e imigrantes; cristãos e muçulmanos e judeus, não podem ficar em pé. Estes são, agora, os muros que nós devemos derrubar. Nós sabemos que eles caíram antes. Depois de séculos de conflito, os povos da Europa formaram uma união promissora e próspera.”

E prosseguiu:

“Aqui, na base de uma coluna construída para marcar a vitória na guerra, nós nos encontramos no centro de uma Europa em paz. Muros caíram não só em Berlim, mas eles vieram abaixo em Belfast, onde os protestantes e os católicos descobriram uma maneira de viver lado a lado; nos Balcãs, onde a nossa aliança Atlântica terminou as guerras e apresentou criminosos de guerra à justiça; e na África do Sul, onde a luta de um povo corajoso derrotou o apartheid. Assim, a história nos faz lembrar do fato de que os muros podem ser derrubados. Mas a tarefa nunca é fácil. A verdadeira cooperação e o verdadeiro progresso requerem um trabalho constante e um sacrifício contínuo. Eles exigem que se compartilhe as responsabilidades do desenvolvimento e da diplomacia; do progresso e da paz. Eles requerem aliados que escutam uns aos outros, que aprendem uns dos outros, e, sobretudo, que confiam uns nos outros.” [2]

Libertar o Mundo Das Armas Nucleares

Barack Obama acrescentou:

“Este é o momento em que devemos renovar a meta de um mundo sem armas nucleares. As duas superpotências que olhavam uma para a outra através do muro desta cidade estiveram demasiado perto, por um tempo demasiado longo, de destruir tudo o que nós construímos e tudo o que amamos. Com o final daquele muro, nós não necessitamos ficar parados sem fazer nada, olhando para a proliferação da energia atômica mortal. (...) Este é o momento de começar a trabalhar em busca da paz de um mundo livre de armas nucleares.”

Depois ele falou vigorosamente da necessidade de paz no Oriente Médio e abordou a questão da ecologia planetária. Obama disse:

“Este é o momento em que devemos unir-nos para salvar este planeta. Devemos tomar a decisão de que não deixaremos para nossos filhos um mundo em que os oceanos se elevam, e a fome se espalha, e tempestades terríveis devastam as nossas terras. Devemos decidir que todas as nações – inclusive a minha própria – agirão com a mesma seriedade de propósito que a sua nação [a Alemanha], e reduzirão o carbono que colocam na atmosfera. [3]

Este é o momento em que devemos devolver às nossas crianças o futuro que pertence a elas. Este é o momento para agirmos em unidade.” [4]

A Intenção de Refazer o Mundo

Obama parece saber o que deve fazer. E não pode ser acusado de possuir metas demasiado pequenas. Filho de um queniano e nascido Havaí, ele concluiu o seu principal discurso fora dos Estados Unidos com estas palavras:

“Povo de Berlim – povo do mundo – este é o nosso momento. Esta é a nossa vez. Eu sei que meu país não tem se aperfeiçoado. (...) Nós temos a nossa quota de erros. (...) Mas também sei que (...) durante mais de duzentos anos, nós temos nos esforçado (...) com outras nações, [por] um mundo com mais esperança. Nosso compromisso nunca foi com qualquer tribo ou reino especificamente – na verdade, todas as línguas são faladas em nosso país; todas as culturas deixaram sua marca na nossa cultura; e cada ponto de vista é expressado em nossas praças públicas. O que sempre nos uniu – o que sempre mobilizou o meu povo – o que atraiu o meu pai para o território norte-americano, é um conjunto de ideais que correspondem a aspirações compartilhadas por todos os povos: a crença de que podemos viver livres do medo e de necessidades materiais graves; de que podemos dizer o que pensamos, e reunir-nos com quem quisermos, e seguir a religião que acharmos melhor. (...) Povo de Berlim – e povo do mundo – a escala do nosso desafio é grande. O caminho à frente será longo. Mas venho dizer a vocês que somos herdeiros de uma luta por liberdade. Que somos um povo de esperanças improváveis. Com o olhar voltado para o futuro, com decisão em nossos corações, que possamos lembrar desta história, fazer frente ao nosso destino e refazer o mundo mais uma vez.”

Muito antes do discurso de Berlim, Obama já tinha esta clareza de metas.

Em fevereiro de 2007, ao fazer o discurso de lançamento da sua candidatura, ele assumira um compromisso com a mudança ética e ecológica em escala planetária:

“Sejamos a geração que finalmente liberta a América do Norte da tirania do petróleo. Podemos usar combustíveis alternativos, produzidos localmente, como o etanol, e aumentar a produção de carros com mais eficiência energética. Podemos estabelecer um sistema de fixação de gases que produzem o efeito estufa. Podemos transformar esta crise de aquecimento global em uma oportunidade para inovar, e para criar empregos, e para incentivar empreendimentos que servirão de modelo para o mundo. Sejamos a geração que faz com que as futuras gerações tenham orgulho do que nós fizemos aqui.” [5]

Sem receio de assumir metas visionárias – e olhando muito além das eleições norte-americanas –, ele disse naquela ocasião inaugural:

“E se vocês se somam a mim nesta luta improvável, se vocês sentem o chamado do destino, e vêem, como eu vejo, que o momento de acordar e de abandonar o medo é agora, assim como o momento de pagar a dívida que temos diante das gerações passadas e futuras, então estou pronto a assumir esta causa e marchar com vocês, e trabalhar com vocês. Juntos, a partir de hoje, que completemos o trabalho que necessita ser feito, de trazer para esta Terra um novo nascimento da liberdade.” [6]

A Regra de Ouro

A proposta de Obama para os Estados Unidos e o mundo é acusada por seus adversários de ser vaga e ambígua. Ele chegou a ser qualificado como “pouco norte-americano”. A verdade é que ele tem uma visão mais complexa e mais profunda do que meras bandeiras eleitorais ou nacionalistas. A base do seu discurso é simultaneamente inter-religiosa, ética e filosófica. Está na famosa Regra de Ouro, um velho princípio da filosofia clássica grega e da antiga sabedoria oriental, que foi ensinado por Confúcio nos “Analectos” e adotado mais tarde pelo cristianismo. Este princípio ético milenar poderia ser chamado, corretamente, de “lei do bom carma”.

Obama esclarece:

“No final das contas, o que se necessita é nada mais, nada menos, que aquilo que todas as grandes religiões do mundo exigem – que façamos aos outros aquilo que queremos que eles façam a nós. Devemos proteger o nosso irmão, como a escritura diz. Devemos proteger a nossa irmã. Devemos encontrar aquele interesse comum que todos temos uns nos outros, e fazer com que a nossa política reflita este espírito.” [7]

O Espírito de Aloha

O que será que existe de autenticamente teosófico na vida real de Barack Obama e que possa explicar o seu constante discurso de adesão e de compromisso com a Ética Universal presente em todas as religiões? Qual é a sua formação, do ponto de vista da visão universalista da vida? Em que atmosfera Obama foi criado?

Ele nasceu em agosto de 1961 no Havaí. Não por casualidade a sua vida e suas idéias parecem expressar, até certo ponto, o espírito de “Aloha”.

A palavra “Aloha” é um verdadeiro mantra sagrado na cultura havaiana, famosa mundialmente por sua abertura mental e fraternidade em relação a todos os povos. É uma saudação e um conceito universalista. O termo é considerado equivalente à palavra sânscrita “Namastê” (“a divindade em mim saúda a divindade em você”); mas também significa “Shalom”, “Paz”, assim como “Compaixão” e “Amizade”.

O chamado “espírito de Aloha” implica um estado mental de paz consigo mesmo e com todos os seres. A filosofia, o discurso e a prática de Barack Obama parecem expressar alguma coisa deste mantra e desta cultura presentes em sua juventude.

Os avós maternos de Barack, que tiveram um papel central na educação do garoto, não só viviam no Havaí com o neto mas foram influenciados em determinado momento pela Igreja Unitária Universalista. Esta era uma igreja que buscava a confraternização das religiões e que mantinha laços estreitos com a Sociedade hinduísta Brahmo Samaj. A pensadora russa Helena Blavatsky escreveu extensamente sobre o movimento Brahmo Samaj, elogiando seu fundador e criticando os erros cometidos por seus líderes posteriores. [8] Barack Obama escreveu sobre seu avô materno:

“Ele gostava da idéia de que os Unitários estudavam as escrituras de todas as grandes religiões”.

Para o avô, segundo Barack, era “como ter cinco religiões em uma” [9]

Um Avô Que Era Curandeiro Africano

Quanto ao avô paterno de Barack Obama, Hussein Onyango Obama, ele foi um curandeiro africano do Quênia, um muçulmano com poderes de cura e imerso nas tradições da cultura local. [10]

O pai de Barack Obama, africano e negro, também se chamava Barack. Este foi seu mestre e seu herói. Barack, o pai, deixou na vida de Barack, o filho, uma presença transcendente e uma influência mítica. No mundo infantil de Barack, o mundo intangível em que seu pai existia se misturava de algum modo com as origens do cosmo.

Cabe lembrar que a origem e o destino do universo é um tema teosófico por excelência.

Na sabedoria esotérica oriental, o assunto se relaciona com o caminho das grandes iniciações. Ao longo da sua obra “A Doutrina Secreta”, H. P. Blavatsky faz um estudo comparado das principais narrativas da origem do universo e do homem, mostrando os pontos em comum que há entre os relatos dos caldeus, da Bíblia, do Popol Vuh centro-americano, dos Puranas hindus, da Cabala judaica e de muitos outros povos. Barack Obama enfrentou este tema cósmico em sua infância, junto ao tema do pai-mito.

Em um dos seus livros, ele confessa, não sem humor:

“... O caminho da vida do meu pai ocupava o mesmo terreno que um livro que minha mãe comprou uma vez para mim, um livro chamado “Origens”, uma coleção de histórias da Criação de todas as partes do mundo, histórias de Gênese e da árvore na qual havia nascido o homem, Prometeu e o presente do fogo, a tartaruga da lenda hindu que flutuava no espaço, sustentando o peso do mundo sobre as suas costas. Mais tarde, quando fiquei mais acostumado ao caminho estreito para a felicidade a ser encontrado na televisão e nos filmes, eu ficava perplexo com várias questões. Em que se apoiava a tartaruga? Por que motivo um Deus onipotente permitiu que uma serpente causasse tamanho sofrimento? Por que meu pai não voltava? Mas com cinco ou seis anos de idade eu estava satisfeito com deixar estes mistérios distantes intactos...”. [11]

Mãe Universalista e Anti-Dogmática

Foi a mãe de Obama, branca e norte-americana, que lhe transmitiu na vida diária a visão inter-religiosa e universalista, assim como o hábito diário do auto-treinamento e da auto-disciplina. Ela mantinha uma distância crítica das religiões dogmáticas, assim como faz a teosofia clássica e original, enquanto a pseudo-teosofia, lamentavelmente, cria versões próprias da religiosidade exotérica, com seus dogmas e sacerdotes.

Barack escreve que seus avós passaram à sua mãe uma combinação de racionalismo com jovialidade, e acrescenta:

“As próprias experiências de minha mãe como criança sensível e amiga dos livros, que crescia nas pequenas cidades do Kansas, Oklahoma e Texas, apenas reforçaram o ceticismo que herdara. As lembranças dos cristãos que povoavam sua juventude não eram das mais agradáveis. Ela ocasionalmentese recordava dos pregadores que baniam três quartos da população mundial por considerá-los pagãos ignorantes condenados a passar a vida eterna em maldição – e que insistiam que a terra e o céu foram criados em sete dias, com todas as provas geológicas e astrofísicas dizendo o contrário. Lembrava-se das mulheres respeitáveis da igreja, sempre tão rápidas em evitar as pessoas que não correspondessem aos seus padrões de decência, apesar de elas próprias ocultarem segredinhos sujos; dos pastores que proferiam epítetos raciais e ludibriavam os trabalhadores para tirar deles todo o dinheiro que conseguissem.”

Tal mediocridade “religiosa” não ocorria por acaso. Há um contexto maior em torno deste tipo de estreiteza de horizontes, que não é um fenômeno local, mas constitui na verdade um problema de escala global, combatido de frente pelos estudantes da teosofia original.

A verdadeira religiosidade não pode ser transformada em prisioneira de uma instituição ou ritual, nem pode distanciar-se por um momento da filosofia ou da ciência. Ela deve, isto sim, avançar inter-disciplinarmente, unida ao livre-pensamento.

Na famosa Carta 88 de “Cartas dos Mahatmas” (Ed. Teosófica, Brasília, dois volumes), um mestre dos Himalaias – um raja-iogue – afirma que dois terços do sofrimento humano são causados pela falsidade e pelas ilusões provocadas pelas religiões dogmáticas e sacerdotais.

Barack Obama prossegue:

“Para minha mãe, a religião organizada muito frequentemente esconde sua mentalidade limitada sob o manto da piedade; e a crueldade e a opressão, sob o da honestidade. Mas isso não quer dizer que ela não me transmitiu valores religiosos. Para minha mãe, o conhecimento de pontos importantes das grandes religiões do mundo era uma parte necessária de uma educação impecável. Em nossa casa, a Bíblia, o Alcorão e o Bhagavad Gita ficavam na prateleira juntamente com os livros da mitologia grega, norueguesa e africana. Na Páscoa ou no Natal [minha mãe] me arrastava para a igreja, assim como para templos budistas, para a celebração do Ano Novo chinês, para santuários xintoístas ou para antigos locais de rituais hawaianos. Mas fui educado para entender que isso não exigia nenhum compromisso de longo prazo da minha parte, nenhum esforço introspectivo maior ou autoflagelação. Para minha mãe, a religião era uma expressão da cultura humana; ela não explicava a origem da humanidade, era apenas uma das muitas formas – e não necessariamente a melhor maneira – de o homem tentar controlar o desconhecido e entender as mais profundas verdades sobre nossa vida. Em suma, minha mãe via a religião pelos olhos da antropóloga que ela viria a ser; era um fenômeno a ser tratado com respeito, mas também com desapego. (.....) E, apesar do seu secularismo, minha mãe era de muitas formas a pessoa mais espiritualizada que conheci. Tinha um instinto inabalável para a bondade, a caridade e o amor, e passou grande parte da sua vida agindo de acordo com esses instintos, às vezes em detrimento de si mesma. Sem a ajuda de textos religiosos ou autoridades externas, trabalhou muito para transmitir a mim os valores que muitos norte-americanos aprendem na escola dominical: honestidade, empatia, disciplina, capacidade de postergar a gratificação pessoal e trabalho duro. Enfurecia-se com a pobreza e a injustiça, e desprezava aqueles que eram indiferentes a ambas.” [12]

Uma Visão Racional e Universalista

Barack construiu sua vida sobre este alicerce filosófico e emocional, intelectualmente profundo, mas também inseparável de atitudes práticas e concretas.

Em suas obras, o leitor encontra passagens em que ele faz, de várias formas, uma declaração de princípios.

Não é difícil perceber que o raciocínio de Barack está baseado em uma visão ampla e universal que pode ser qualificada de claramente teosófica no sentido clássico da palavra. Ele afirma:

“... Dada a diversidade crescente da população norte-americana, os perigos do sectarismo nunca foram maiores. O que quer que já tenhamos sido, não somos mais apenas uma nação cristã; somos também uma nação judaica, muçulmana, budista, e uma nação de descrentes.”

E prossegue:

“Mas presumamos que só tivéssemos cristãos dentro dos limites das nossas fronteiras. Que cristianismo ensinaríamos nas escolas? (....) Que passagens do Evangelho deveriam guiar nossa política pública? Deveríamos seguir o Levítico, que sugere que não há nada de errado com a escravidão e que comer moluscos é uma abominação? E quanto ao Deuteronômio, que sugere apedrejar seu filho caso ele se desvie da fé? Ou deveríamos nos limitar apenas ao Sermão da Montanha – uma passagem tão radical que é duvidoso que nosso Departamento de Defesa sobrevivesse à sua aplicação?”

Definitivamente, a crença cega na letra morta deve ser abandonada.

Os princípios essenciais devem ser percebidos, e eles estão além das formas visíveis. Obama conclui propondo a opção pelo bom senso:

“O que nossa democracia deliberativa e pluralista exige é que pessoas motivadas religiosamente traduzam suas preocupações para valores universais, não determinados pela religião. Isto exige que suas propostas estejam sujeitas a discussões e abertas à razão.”[13]


NOTAS:

[1] “Theosophical Articles”, William Q. Judge, The Theosophy Co., Los Angeles, 1980, edição em dois volumes, ver vol. II, p. 124.

[2] “Change We Can Believe In - Barack Obama’s Plan to Renew America’s Promise”, livro com o programa de governo e sete discursos de Obama, publicado por Three Rivers Press, New York, 2008, 274 pp., ver pp. 265-266.

[3] A Alemanha é um dos países do mundo em que há mais consciência ambiental. A própria Chanceler atual, Angela Merkel, têm uma longa trajetória pessoal de compromisso com a preservação do meio ambiente.

[4] “Change We Can Believe In”, obra citada, p. 267 a 269.

[5] “Change We Can Believe In”, obra citada, pp. 198-199.

[6] “Change We Can Believe In”, obra citada, pp. 201-202.

[7] “Change We Can Believe In”, obra citada, p. 228.

[8] Veja, por exemplo, “The Collected Writings”, Helena Blavatsky, TPH, Índia, volume III, pp. 55-61 e pp. 286-287. E também “The Collected Writings”, volume IV, pp. 439-443, entre outros textos.

[9] “Dreams From My Father”, Barack Obama, Three Rivers Press, 1995 e 2004, New York, 458 pp., ver p. 17.

[10] “Dreams From My Father”, Barack Obama, obra citada, ver p. 09.

[11] “Dreams From My Father”, obra citada, p. 10.

[12] “A Audácia da Esperança”, Barack Obama, Larousse do Brasil, SP, 2007, 400 pp., ver pp. 221, 222 e 223. Nesta citação, segui a edição original em língua inglesa nos casos em que a versão brasileira está inexata. Ver “The Audacity of Hope”, Three Rivers Press, 376 pp., 2006, pp. 203-204.

[13] As citações feitas nestes últimos parágrafos vêm de “A Audácia da Esperança”, obra citada, pp. 236-237.


Sobre a transição mundial e a renovação do atual processo civilizatório, veja o texto “Al Gore e a Tradição Esotérica”, de Carlos Cardoso Aveline, na seção “Crise Climática Global e Mudança de Civilização” do site http://www.filosofiaesoterica.com/. O link direto do artigo é: http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=470.

Al Gore foi vice-presidente dos EUA e é um dos vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2007.

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E pra quem não se lembra ou não tem uma Bíblia à disposição no momento em que lê este post, reproduzo o texto completo do Sermão da Montanha, mencionado por Obama num dos de seus livros e repetido na matéria acima. Aqui está ele:

“O Sermão da Montanha (Mateus, 5, 1-12)

Ao ver a multidão, subiu (Jesus) a um monte, e, depois de se ter sentado, aproximaram-se os discípulos.
Tomando então a palavra, começou a ensiná-los, dizendo:
Bem–aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem aventurados os mansos, porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misiricordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição, por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa nos céus, porque também assim perseguiram os profetas que vos precederam.” 

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- De um email recebido da amiga Francine Grossi.
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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Aê, Obama!

Parabéns! Primeiro presidente negro dos EUA. E jovem, 47 anos, bastante jovem ainda. Que Deus o proteja e à sua família. Desejo e recomendo a você o seguinte:

  • Sucesso na sua administração do país mais rico e poderoso do mundo;
  • Que esse sucesso não foda com o resto do mundo;
  • Que insucessos não interfiram com os seus sucessos, como essa bosta de crise financeira que estourou como um tumor no governo do Bush e está fodendo com todo mundo. E vê se resolve essa pendenga logo!
  • Economize com os seus gastos de presidente, como com o Ér Forçe Uan (Desculpa-me se escrevi errado. É que não falo inglês, salvo algumas palavras como Hollywood, Coca-Cola, MacDonald’s, Johnny Mac Brown, Roy Rogers, I love you, New York, now, yes, por exemplo. Tem outras que não sei o significado nem sei falar, mas sei pra que servem, como Print Screen, Insert, Home, End e mais uma meia dúzia de siglas, como NASA, Microsófiti, Eipol, Esc, Ctrl, F1 até F12, etc.).
  • Faça uma revisão no seu Ér Forçe Uan, começando com uma boa recauchutada nos pneus. - Comprar novos? - Nem pensar! – Olho na economia, ô meu!
  • Não fique voando pra cá e pra lá, por todo esse mundão, talqualmente um certo presidente sul-americano;
  • Cuidado com os neo-nazistas e racistas empedernidos: se bobear, algum desses cara enfia uma bala na sua barriga só porque você é um afro-americano e é o presidente deles, o que é o cúmulo da suprema humilhação presses desgraçados.
  • Não esquenta a cabeça com o Osama Bin Laden: esse cara não lhe fará mal nenhum diretamente, mas contra os EUA... Nesse ponto, abra o olho com ele. Melhor: continue bombardeando as cavernas dele lá no Afeganistão.
  • Não dê corda pro Fidel, pro Chaves, pro Correinha (aquele lá do Equador) nem pro Evo Morales. Deixa que o Lula cuida deles, afinal, são farinhas do mesmo saco.
  • Você andou falando na sua campanha que é a favor da despoluição, de um modo generalizado. Os cara daqui do Brasil acham que, finalmente, vocês passarão a importar o nosso etanol. São muito babacas, os cara daqui! Imagina o desemprego que isso poderá ocasionar nas quase cinqüenta usinas de produto semelhante fabricado por aí com o milho, em usinas tão grandes quando as nossas pra fabricação do álcool e do açúcar! Acho que umas das suas prioridades pra sair da atual crise, segundo o meu ponto de vista, que também o é de praticamente todos os comentaristas brasileiros (Eita!), será aumentar a oferta de empregos e um dos caminhos a serem tomados deverá brindar os seus patrícios com a construção de mais usinas. Faltará milho pros mexicanos fazerem as suas tortilhas? Vocês não ligaram pro ragu nacional deles até agora! E los hermanos vão querer que você segure essa espiga quente e resolva o pobrema deles?

  • Por ora é só! Vindo ao Brasil, faça uma visitinha a minha cidade, em Resende, que tem até um aeroporto. Como o seu avião não pode aterrissar nele, peça, na ocasião, o avião do Lula emprestado. Pela imprensa, sabemos que é um luxo só, que é igual aos dos bilionários sheiks árabes, que já aterrissou em Resende uma porrada de vezes. Aliás, já deve ter aterrissado em todos os aeroportos do Brasil. Num aliás muito maior, acho que não existe aeroporto de capital de país por esse mundão afora no qual ele ainda não tenha marcado a pista com as suas freadas. - Se o pneus dele estão bons? - É craro! Dinheiro é o que não falta pra presidência e os homi que comandam a economia nacional tão falano pelos cutuvelo que essa tal de crise financeira mundial vai passar ao largo das nossas frontera, papo que o Lula anda repetindo que nem papagaio. Em vindo aqui, vou levar você e sua família pra almoçarem no Celeiro, aqui no Manejo, onde poderemos nos empanturrar de tanto comer churrasco. A despesa poderá ser por minha conta, não se preocupe com esse detalhe. Ah! Quase ia me esquecendo! Estou pra receber uns garrafão de pinga de um amigo lá de Monganguaratituba. Vou guardar um pra gente beber junto quando você vier. bebe?

- I bibida prus músicus!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Rolos de fumaça

Cigarro, cigarrilha, charuto ou cachimbo: fontes de inspiração artística e tombém de inspiração (ato de introdução de ar nos pulmões) cancerística, que todo mundo manja o que são e sobre as quais não preciso de mais divagações.

Nesta foto aqui embaixo, o artista abusou, seguramente, do photoshop, pograma que é um mistério pra mim. Posso não conseguir fazer o que ele fez mas juro, por tudo quanto é cigarro que já fumei, que já vi mais de mil imagens se formando nas baforadas das minhas fumaçadas, mormente no estado meditativo ocasionado nas ocasiões casuais das minhas cachaçadas.

Já esta foto aqui embaixo, tomada do espaço sideral durante uma das costumeiras erupções do vulcão Etna, que fica na Etiópia, faz-me lembrar das dezenas de milhares de pneus de fumaça de cigarros - Minister, por umas três dezenas de anos e, depois, Hollywood, já por mais de vinte anos - que fiz ao longo da minha vida.

São, obviamente, duas baforadas diferentes, pois, enquanto a do Etna foi muito grande, com algumas dezenas de metros de redondeza nem tão redonda, as minhas nunca passaram de uns 5 centímetros; e, enquanto a dele é composta basicamente de monóxido, ou peróxito, ou icozonazóxito de enxofre, - Vai saber! - todos gases venenosos, que matam na hora, as minhas o são de nicotina, alcatrão e mais umas 4.700 substâncias não especificadas nos maços de cigarros, mas anunciadas num pequeno espaço existente nos mesmos e que serve como advertência aos fumantes, sendo tombém todas tóxicas, não matando, porém, de imediato, mas que comprometem a saúde de forma algo mais amena, digamos assim - pra espantar os maus espíritos, pra não dizer que também matam, mas lentamente, dolorosamente, normalmente com uma falta de ar filho-da-puta.

Pra não sofrer dessa terrível e morfética doença provocada pelo fumo, penso sempre em duas alternativas possíveis de acontecerem antes que a desgraça seja diagnosticada: um belo e fulminante ataque cardíaco ou um fantástico atropelamento por um trem descarrilhado (No Aurélio tem descarrilar e descarrilhar, sim senhor! Eu prefiro a segunda forma, daí...) .

(Falta de assunto é uma merda, mas eu queria porque queria publicar as duas fotos. Acho que vou falar sobre o Barak Obama no próximo post. Será que faltou escrever alguma coisa sobre ele até agora?)

- I bibida prus músicus!

Pensamentos perdidos na pasta “Arquivar”

  • Amigo é iguar parafuso: a gente só sabe que é bom na hora do aperto!

  • Uma grande amizade tem que ser iguar a uma bunda: tão unida, tão unida, que merda nenhuma separa.

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Amizade tem dessas coisas

Reparem bem na cara de seriedade do cachorro. Parece tão interessado na carta quanto o soldado que a lê. E a escrita deve ser em chinês. Ou tibetanês. Sei lá, ora pombas!

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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O último pudim

Antes da morte, o prazer de um velho homem

Dizem que o que se leva dessa vida (além de algumas glórias de amor) é o prazer de um bom prato, uma talagada de pinga cheirosa, a peculiaridade de um vinho, os eflúvios de um mocotó. Ou seja, ainda que o sujeito tenha chegado ao termo da sua vida com uma herança moral recheada de grandes feitos, lutas e honrarias, ele há de se lembrar, no leito de morte, é daquela pata de siri com batida de jaboticaba em Itapoã, ou de uma lagosta suntuosa de 5 pounds em Boston. Os hedonistas vão além, enxergando no prazer o bem supremo; o objetivo mesmo, e a essência, da vida moral.

Tais reflexões me assaltaram dia desses, quando, sem qualquer explicação, veio-me à memória um almoço de verão em janeiro de 1996, no rodízio da Marius do Leme.

Naquela tarde avistei, numa mesa de fundo, o senador Nelson Carneiro, 86 anos, comendo um pudim de leite. Chamou-me atenção a calma e o vagar com que aquele velho homem, com tanta história, tantos feitos e tanto conhecimento (que emplacou o divórcio no código civil, enfrentando décadas de árdua oposição da Igreja e dos setores mais conservadores) saboreava aquele pedaço de doce. Cada colherada era cuidadosamente composta com uma quantidade não tão grande que desse logo cabo da porção, nem tão pequena que lhe tirasse o sabor. Curvado sobre o prato, Carneiro examinava o trajeto da colher com total prudência, concentrado no ato de degustar seu pudim com a noção absoluta da importância daquele rito, e evitando qualquer contato com os convivas ou com o ambiente que o circundava.

Fiquei ali contemplando, em alto grau de comoção, o senador traçar o seu pudim até que não restasse nem o caldo - ao qual ele deu fim com o mesmo carinho e na mesma cadência, num ponto equidistante entre o monástico e o orgiástico. Então, voltei ao meu churrasco devagarinho para, minutos depois, esquecido do fato, retomar meus modos animalescos de comer carne.

Semanas depois, vou apanhar o jornal na porta e, na primeira página, vejo a chamada para o obituário do senador Nelson Carneiro. A notícia, que normalmente me causaria um pesar moderado, encheu-me de espanto, e de uma estranheza parecida com a que se experimenta quando uma pessoa mais próxima vai embora e recordamos algum momento recente vivido com ela, ou uma situação em que a vimos gozar, derradeiramente, da plenitude da vida.

Pensar, por exemplo, que aquele pode ter sido o último pudim de Nelson Carneiro. O último pudim de um homem velho. Um dos últimos prazeres de um plácido senhor baiano, tribuno ora silencioso com sua colher, debruçado atenciosamente sobre aquele singelo preparado de leite, ovos e açúcar - tão singelo quanto suntuoso, nos matizes de seu paladar e de sua doçura.

Uma das últimas alegrias gustativas de um homem que morreria dali a dias, que sabia que ia morrer qualquer hora, mas não tão cedo, não tão antes de um próximo prazer cotidiano.

Ao mesmo tempo alegrou-me, como se fosse uma compensação “necessária” da vida, o fato de que o homem teve ainda essa oportunidade, de dedicar-se com tanta calma e de fruir sem impedimentos daquela sobremesa, sem que uma sombra (uma cirurgia iminente, por exemplo, ou um mal de diabetes) pairasse sobre ele; com a mesma liberdade e descompromisso de uma criança, embora com certa compostura de homem público.

Ver uma pessoa (ou mesmo um bicho) comer é sempre comovente, seja na realidade, seja na fantasia, seja numa descrição textual.

O forasteiro que encontra abrigo numa cabana onde lhe oferecem um prato de sopa, que ele devora com ansiedade e gosto, auxiliado por um naco de pão. O operário com sua marmita (já notaram como as marmitas são apetitosas?) é comovente. O gordo chupando um fio de macarrão. O magro avançando num hambúrguer.

O movimento da mandíbula de um homem ou de uma mulher que come, mesmo quando esteticamente canhestro, tem a sua beleza: expõe, de alguma maneira, sem máscaras fisionômicas, a nudez da alma, num dos poucos momentos em que o humano encena sua essência, por força da necessidade.

Um homem velho, quando come, é ainda mais enternecedor, pois, mesmo que tenha sido um cafajeste, a velhice como que o investe de um rigor, uma honradez, que podem fazer do carrasco (de fato) um santo (aparente). Mesmo quando lhe conhecemos a culpa, é capaz de cairmos na tentação da empatia se estiver imerso no ofício de lamber o beiço. Até o ruído de um cavalo arrancando e triturando um tufo de mato é capaz de comover e deixar o observador (em geral montado sobre o pobre) com olho grande.

Meu avô Salomão tinha uma versão de Chapeuzinho Vermelho. Contava ele que o caçador, para facilitar a tarefa de tirar vovó da pança, oferecia bolo e vinho ao lobo. Depois soube que, no original, o bolo e o vinho eram da menina para a avó, e que o lobo já dormia quando o caçador chegou para abafar.

Como seria bom e nobre se a cada dor, a cada luta, a cada morte, tivéssemos a sorte de merecer o gosto de um bolo, o conforto de um goró, o gozo de um último pudim.

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- Publicado no blog do Arnaldo Bloch na GloboOnline

- I bibida prus músicus!